POR UM HAITI LIVRE E SOBERANO

imagemMobilizemo-nos de 1° de junho até 15 de outubro!

Pelo fim da MINUSTAH e toda ocupação do HAITI

Pela desmilitarização de nossa América

O povo haitiano está em pé de luta frente ao imperialismo estadunidense e seus aliados. As mobilizações populares de 2015/16 puseram em xeque os planos da chamada “comunidade internacional”, forçando a saída do ex-presidente Martelly e a suspensão três vezes do segundo turno eleitoral, exigida internacionalmente ainda que fosse com um só candidato. Apesar do repúdio frontal dos EUA, conseguiram iniciar um processo de verificação do escrutínio de 2015, qualificado como fraudulento, com o desenlace ainda em aberto.

Neste contexto, o Conselho de Segurança da ONU se apressa para decidir sobre o futuro da MINUSTAH – a Missão das Nações Unidas pela Estabilização do Haiti. Esta força multilateral, com maioria de tropas da América Latina, ocupa o Haiti desde 1° de junho de 2004, seguido do primeiro golpe de Estado deste novo milênio contra um governo eleito em nossa América. Seu mandato atual termina em 15 de outubro de 2016.

O Haiti não é uma ameaça para a segurança hemisférica, como afirma o Conselho de Segurança ao manter a MINUSTAH. É um exemplo de resistência contra a ocupação e saqueio que se manifestam através do desconhecimento da institucionalidade democrática, a dilapidação de recursos coletivos através do modelo de sobreconsumo, a acumulação de terras campesinas, a destruição dos bens comuns e ecossistemas, o aprofundamento da dependência alimentar, financeira, comercial e energética e a mercantilização da vida.

Cada vez mais setores haitianos denunciam a ingerência estrangeira em seu país, o fracasso dos objetivos anunciados pela MINUSTAH e, inclusive, seu papel no agravamento da crise haitiana. Porém, os EUA agora buscam prorrogar seu mandato e o Canadá se dispõe a assumir o comando de uma nova etapa, ligada descaradamente à “proteção” de seus investimentos na mega mineração, ao turismo de luxo, à maquiladora, à agroindústria exportadora, um paraíso fiscal.

O Haiti é um laboratório das novas fórmulas do imperialismo estadunidense para retomar o controle político e reconstruir sua hegemonia no continente frente à grave crise do sistema capitalista. Assim, retirar as tropas estrangeiras do Haiti – começando com as latino-americanas – e colocar fim à MINUSTAH devem ser os eixos da onda unitária das mobilizações populares que desatarão para paralisar esta ofensiva, expor as modalidades atuais de ocupação econômica, midiática, jurídica e militar e avançar na construção de alternativas libertadoras.

Por isso, chamamos a realizar uma Jornada continental de ação solidária em 1° de junho de 2016, e continuar reforçando as mobilizações até 15 de outubro, unidos ao povo haitiano em sua luta para obter:

  • a retirada imediata das tropas de ocupação do Haiti;
  • o desmantelamento completo da MINUSTAH, que mina sua soberania e trouxe imensos sofrimentos para o povo do Haiti;
  • que a ONU reconheça sua responsabilidade criminal na introdução do cólera e indenize o país e as famílias dos 9.000 homens e mulheres que esta epidemia matou;
  • que a ONU invista recursos adequados para a erradicação do cólera e a provisão de infraestrutura, assegurando o acesso universal à água potável;
  • o respeito do desenvolvimento do processo eleitoral, de acordo com o estabelecido nas instâncias administrativas locais, sem as pressões externas para o cumprimento dos prazos que apenas respondem aos interesses das agendas intervencionistas;
  • o desmantelamento de todas as bases militares imperialistas no continente e o respeito à América Latina e ao Caribe como zona de paz;
  • a resistência aos processos de desestabilização e golpes antidemocráticos, de criminalização das lutas sociais, de assassinatos seletivos e violação dos direitos humanos, dos povos e e da natureza em toda a região.

Chamamos a realizar, de 1° de junho até 15 de outubro, em todos os cantos de nosso continente, ações de diversos tipos para visibilizar a luta do povo do Haiti, nos solidarizarmos com ela e pressionar pelo cumprimento de suas demandas. Chamamos a organizar, entre outras possibilidades:

  • Manifestações, piquetes e marchas
  • Rádios-abertas, mesas-debate, apresentação de vídeos
  • Petições, cartas e pronunciamentos
  • Entrevistas com responsáveis pelos poderes parlamentares e executivos
  • Eventos locais, nacionais e sub-regionais.

Chamamos a apoiar também o Tribunal popular anti-imperialista, que ocorrerá no Haiti entre os dias 28 de julho e 17 de dezembro de 2016, aprofundando sobre as consequências criminais da ocupação centenária do país e reforçando as respostas populares.

O povo do Haiti continua oferecendo, desde fins do século XVIII, alternativas transformadoras de libertação e igualdade. Ofereçamos a eles nosso respeito e solidariedade.

Viva a autodeterminação dos Povos!

Abaixo o neoliberalismo de guerra!

Viva a proteção e defesa de nossos bens comuns!

Viva a soberania alimentar, energética e financeira!

Viva a agricultura campesina agroecológica!

Viva a América Latina e o Caribe como zona de paz!

CAMPANHA DE SOLIDARIEDADE HAITI NÃO MINUSTAH

Para acrescentar adesões: Haiti.no.minustah@gmail.com

Visite-nos: https://haitinominustah.info

FB: Haiti.no.minustah

@HaitiNoMinustah

Fonte: https://haitinominustah.info/2016/05/29/movilicemosnos-el-1-de-junio-y-hasta-el-15-de-octubre/

Tradução: Partido Comunista Brasileiro (PCB)

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