Os presos políticos e de guerra se pronunciam ante o gesto unilateral das FARC-EP

@s prisioneir@s politic@s e de guerra saudamos a decisão das FARC-EP de liberar unilateralmente o Cabo do exército Salín San Miguel, o infante de marinha Henry López Martínez, ao major da Polícia Guillermo Javier Solórzano – prisioneiros de guerra – assim como os políticos do sistema – o ex-presidente do Conselho de Garzón-Huila, Armando Acuña e o ex-presidente do Conselho de San José del Guaviare, Marcos Vaquero.

Entendemos isso como um gesto humanitário e de acordo com a natureza política de nossa organização. Esperamos que o Governo colombiano traduza este feito na abertura de novos caminhos para uma paz dialogada.

Também apreciamos o forte papel desempenhado pela ex-senadora PIEDAD CORDOBA e dos COLOMBIANOS E COLOMBIANAS PELA PAZ a favor do intercâmbio humanitário de prisioneiros e prisioneiras das duas partes em contenda, saudamos também os bons ofícios do governo brasileiro e da Cruz Vermelha Internacional na conclusão bem sucedida deste ato humanitário.

A longa existência do conflito social e armado interno na Colômbia, aflora entre suas consequências não desejadas, a existência de prisioneir@s, alguns nas mãos da insurgência, e muitos outros nas mãos do Estado colombiano.

O Estado, a mídia oficial e alguns setores da sociedade nacional reagiram e exigiram a libertação dos prisioneiros de guerra e dos políticos tradicionais que se encontram nas selvas da Colômbia, e em troca, muito pouco ou nada dizem da existência de mais de 7.000 prisioneir@s polític@s (de consciência e de guerra), que hoje se encontram nos “panteões” carcerários do Estado. Inclusive, alguns como a jornalista SALUD HERNANDEZ, ousam negar nossa existência e a nossa condição de prisioneir@s politic@s (de consciência e de guerra), pois segundo sua “objetiva” sapiência jornalística, somos apenas um bando de “terroristas”, e ficam horrorizados porque na legislação colombiana existe o DELITO POLÍTICO DE REBELIÃO. Nada diferente se pode esperar dos notáveis representantes da mídia oficial e do pensamento reacionário. Para sua informação, senhora jornalista SALUD HERNANDEZ, a REBELIÃO é um direito que assiste aos povos do mundo quando somos submetidos por estados e governos vergonhosos e injustos, ainda que em nosso país esse DIREITO tenha se convertido em um delito.

Se mais além de suas ácidas opiniões disfarçadas de jornalismo, se dispuser a conhecer diretamente a realidade, tal como ela é, e não como você gostaria que conservadoramente fosse, se perguntaria porque os governantes colombianos se ajoelham ao império, hoje criminalizando, perseguindo e aprisionando milhares de homens e mulheres, sindicalistas, ativistas dos direitos humanos, acadêmicos, estudantes, campones@s, indígenas, afro-colombian@s, os moradores de áreas de conflito civil, todos eles vítimas da caça às bruxas da suposta guerra contra o “terrorismo” e da paranoica “segurança democrática”. Todos eles e elas, juntamente com centenas de insurgentes, somos uniformemente acusados de “rebelião”, e agora “terrorismo” para tornar as nossas condenações mais longas.

Sim, jornalista SALUD HERNANDEZ, na Colômbia há pres@s polític@s (de consciência e de guerra), e para vergonha do Estado colombiano são milhares de homens e mulheres, que apesar de estarem sujeitos a situações de completa indignidade e todos os tipos de vexame, perseveramos em nossos princípios e com a cabeça erguida, porque estamos convencid@s da justeza de nossa luta por uma nova nação, verdadeiramente democrática e em paz para tod@s e não apenas para alguns “privilegiados”.

Apoiamos a demanda dos colombianos e colombianas pela paz de solicitar ao governo um relatório sobre a nossa situação nas prisões do Estado, e instamos os colombianos e colombianas pela paz e as organizações nacionais e internacionais de direitos humanos que façam parte de uma comissão que visite diretamente os estabelecimentos prisionais onde nos encontramos e verifiquem nossas condições de detenção.

Sabemos que as FARC-EP têm mantido no alto as bandeiras da TROCA e que não se esqueceram dos outros pres@s polític@s que se encontram junto a nós na prisão. Não sucumbiremos à chantagem, ou a indignidade da traição, ou a dureza da prisão. Nossa lealdade, firmeza e compromisso de luta está com as FARC-EP e com nosso povo.

Aos nossos camaradas do secretariado das FARC-EP, GUERRILHEIR@S e demais integrantes da nossa organização e a nosso povo, um BOLIVARIANO E REVOLUCIONÁRIO ABRAÇO.

PRISIONEIR@S POLITIC@S E DE GUERRA

FARC-EP.

Fevereiro de 2011