‘Mensagens finais’ de Aleppo: O outro lado da história

imagem“Mensagens finais de despedida” estão comovendo as redes sociais nos últimos dias, em meio a acusações de toda parte sobre as supostas atrocidades cometidas pelas tropas sírias contra os “civis” sitiados no leste de Aleppo. Há um outro lado dessa história. A guerra informacional vai longe.

Diversos vídeos de pessoas supostamente comuns têm inundado as redes sociais, com pedidos desesperados de ajuda diante da “carnificina” alegadamente perpetrada pelo Exército sírio comandado pelo presidente Bashar Assad contra seu próprio povo em meio à libertação de Aleppo.

Apesar de haver muitos outros vídeos mostrando a celebração popular da vitória sobre os terroristas na maior cidade da Síria, os principais veículos de mídia pró-ocidentais propagam a versão sobre o “genocídio” com base nas ditas “mensagens finais” de Aleppo.

Acontece que essas mensagens, inundando o Twitter quase que simultaneamente, lembram bastante uma “campanha coordenada de Relações Públicas”, segundo sugere esta análise publicada pela jornalista Anissa Naouai: “É quase como se eles estivessem esperando que essas mensagens finais fossem viralizar e ser escolhidas pela grande mídia”, diz Naouai.

“É quase como se estas pessoas fossem apenas civis inocentes sem nenhuma bandeira, nenhuma estratégia, nenhuma política. Apenas pessoas lutando por suas vidas”.

Porém, segundo revela a exposição, esses “civis” são conhecidos ativistas, alguns com milhares de seguidores nas redes sociais. Alguns deles acabaram de entrar para o Twitter, e muitos apoiam explicitamente a chamada “revolução síria” em seus perfis. Outros se autodenominam jornalistas, diz Naouai, e têm seus perfis verificados pelo Facebook, como Bilal Abdul Kareem – um cidadão norte-americano “que não vê problema nenhum em fazer propaganda [para os terroristas da Frente] al-Nusra” – ou para os “rebeldes”, como são mais conhecidos no Ocidente.

Outro perfil é identificado como um membro dos Capacetes Brancos, fundada por um ex-oficial britânico e financiada com milhões de dólares pelos EUA e pelo Reino Unido, segundo a jornalista.

Há ainda a garotinha de “apenas 7 anos” chamada Bana, que “com a ajuda da mamãe”, tem comovido seus quase 300 mil seguidores com tweets em inglês perfeito a respeito da crueldade do regime sírio. Ela também entrou para o Twitter há pouco tempo, em setembro.

O que todas essas pessoas e suas “mensagens finais” têm em comum?, pergunta Naouai.

“Elas querem que VOCÊ pense que há apenas um lado nessa história. Uma verdade. Que Assad está aleatoriamente indo de cidade em cidade e matando seu próprio povo por algum motivo louco, com a ajuda da RÚSSIA, mesmo que o mundo inteiro esteja observando cada passo. Elas querem que você pense que esses civis saindo em massa de Aleppo estão fugindo de um genocídio cometido pelo Exército sírio. E que aqueles que celebram nas ruas estão dançando sobre os túmulos de crianças… enquanto os rebeldes infiltrados da Al-Qaeda estão brava e heroicamente defendendo civis em Aleppo oriental. A pergunta é: você acredita nisso? Porque milhões de pessoas acreditam”, conclui a jornalista.

O porta-voz do Ministério da Defesa russo, major-general Igor Konashenkov, já havia denunciado a tática na terça-feira (13):

“Em Aleppo oriental não foi encontrada nenhuma ‘oposição’, ‘conselhos locais’ ou organizações humanitárias não-governamentais que defendem os ‘valores ocidentais’, tão apreciados por Londres e outras capitais, como os ‘Capacetes Brancos’, associações de médicos ou defensores dos direitos humanos”.

“Segundo testemunhos dos civis, apenas havia fome e terror total por parte dos militantes por quaisquer tentativas de expressar descontentamento ou de abandonar o enclave”, acrescentou o major-general, finalizando com uma recomendação apropriada para nossos tempos de guerra híbrida:

“Todas as declarações feitas a partir das altas tribunas ocidentais com referências a ‘mensagens dos ativistas’, assim como os ‘filmes’ sobre alegados ‘bombardeios russos’, ‘fuzilamentos’ e outras encenações, foram filmados por grupos de televisão especiais de militantes. Por que foram eles aceitos pela mídia com prazer e sem controle – são eles que têm de responder. E faço uma recomendação – não acreditar na propaganda dos terroristas”.

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