Olhar Comunista

imagemEm dois anos, 2,85 milhões de empregos a menos

Foram 1,55 milhões em 2015 e 1,32 milhões em 2016, num total de 2,85 milhões de empregos com carteira assinada a menos nos últimos 2 anos, conforme matéria do jornal O Globo de 21 de janeiro de 2017. Os setores que mais desempregaram foram os de Serviços, com menos 390 mil empregos, Construção Civil, com menos 358 mil, Indústria, com menos 322 mil, e Comércio, com menos 204 mil. Há uma desaceleração no ritmo do avanço do desemprego, mas é certo, de acordo com os números, que este continuará a crescer. São, agora, 12 milhões de desempregados no Brasil. Esse número, no entanto, não inclui os milhões de trabalhadores informais e os precarizados, que não trabalham 8 horas por dia. Tampouco inclui aqueles que nunca tiveram emprego.

Além da crise e das contradições do sistema capitalista, que tende a gerar desemprego e precarização do trabalho de forma crescente, esses números refletem a crise política e econômica em curso, a paralisação da construção civil por conta dos escândalos das construtoras e mesmo a forma com que o Brasil se insere no mercado mundial, basicamente como exportador de produtos agrícolas e minérios e importador de produtos industriais, o que vem gerando o fechamento de muitas fábricas. Reflete também a falta de uma política voltada para o desenvolvimento social, com investimentos públicos em setores-chave da indústria e em áreas que atendam as necessidades básicas da população, com geração de empregos e distribuição de renda. Não se podia esperar algo diferente do governo puro sangue da burguesia, que usurpou o poder para favorecer mais rapidamente os interesses do grande capital, aprofundando os ataques aos direitos dos trabalhadores e acelerando o ajuste fiscal.


Comunistas alemães na luta

Conforme noticiado pelo jornal Unsere Zeit (Nosso Tempo), do Partido Comunista Alemão (DKP), realizou-se, em Berlim, no domingo, 15 de janeiro de 2017, uma manifestação que reuniu 10.000 participantes contra a pobreza, o desemprego e os gastos militares alemães, entre outras bandeiras. A Central Sindical DGB e seus sindicatos levantaram a proposta de uma greve geral no país. Estavam presentes imigrantes e trabalhadores alemães. Para Patrick Köbelles, Secretário Geral do DKP, presente na manifestação – assim como a Juventude Comunista –, o movimento operário alemão superou a lógica da luta local e começa a avançar na reconstrução do internacionalismo proletário.

Köbelles denunciou as ações do imperialismo alemão, ao qual se alia o imperialismo europeu. Para o Secretário Geral, se forem mantidas as políticas atuais e o Euro, os trabalhadores europeus, como um todo, estarão vivendo, em 10 anos, o que os trabalhadores gregos vivem hoje. “Serão de um terço, metade ou até 70% das crianças dos bairros pobres vivendo na miséria”, disse Köbeles, ao criticar que as propostas políticas do SPD – Partido Social Democrata, mesmo em aliança com os Verdes, não diferem das políticas liberais do atual governo liderado por Angela Merkel.


O escárnio da desigualdade

Um relatório da Oxfam, uma organização internacional que estuda e denuncia a pobreza no mundo, divulgado na segunda-feira, 16 de janeiro de 2017, diante da reunião do Fórum de Davos, na Suiça, revelou que 8 empresários, incluindo Bill Gates, acumulam a mesma riqueza que a metade da população do planeta, ou cerca de 3,6 bilhões de pessoas. Além de Gates (75 bilhões de dólares), a lista inclui Amâncio Ortega (67 bi), Warren Bulfelt (61 bi), Carlos Slim (50 bi), Jeff Bezos (45 bi), Mark Zuckerberg (45 bi), Larry Elisson (44 bi) e Michael Bloomberg (40 bi).

Como bem descreveu Marx, na obra O Capital, A concentração da riqueza nas mãos de cada vez menos pessoas é uma decorrência direta do desenvolvimento do capitalismo, com empresas cada vez maiores dominando a maior parte dos mercados. Em meio a muitas outras claras e irrefutáveis evidências, essa afirmação foi comprovada, recentemente, mais uma vez, pelo trabalho do professor francês Thomas Piketti, em seu livro, cujo título, O Capital, faz homenagem a Marx.