Macron e Le Pen no segundo turno

imagemO Diario.info – Os Editores – 24 de abril de 2017

Emmanuel Macron (23,7%) e Marine Le Pen (21,932%) – segundo dados provisórios do Ministério do Interior – vão enfrentar-se na segunda volta das eleições presidenciais francesas, no dia 7 de maio.

Os resultados não surpreenderam. Em terceiro e quarto lugares situaram- se François Fillon (19,9%), ex primeiro-ministro, e Jean-Luc Mélenchon (19,2%), o líder da coligação de esquerdas, apoiada pelo PCF e por organizações trotskistas.

Benoit Hamon, candidato do Partido Socialista, obteve uma votação inexpressiva (6,3%).
Macron era praticamente um desconhecido para a maioria dos franceses até há poucos meses. A sua ascensão vertiginosa resultou em grande parte da desconfiança que os três principais adversários inspiravam a setores do eleitorado, aliás antagônicos.

Fillon, porta-voz da direita tradicional, teve o nome envolvido em escândalos ligados a nomeações de familiares para cargos públicos; Mélenchon, que subiu muito nas últimas semanas, dificilmente poderia passar ao segundo turno porque a extrema-esquerda francesa assusta politicamente a maioria dos franceses, não obstante o PCF ser hoje na prática um partido integrado no sistema.

Macron fez uma campanha discreta, com um programa conservador, marcado aliás por contradições. Foi o grande beneficiário das reações hostis da maioria aos adversários.
Marine Le Pen retomou na campanha os seus temas favoritos: ruptura com a CEE, promessa de medidas xenófobas, expulsão de imigrantes, saída de Schengen. O seu discurso triunfalista não produzirá efeitos eleitorais. Tudo indica que será amplamente derrotada por Macron no dia 7 de maio. Embora num contexto diferente, repetir-se-á o que aconteceu quando Chirac obteve uma maioria superior a 80% porque os demais partidos votaram contra Le Pen. A percentagem será agora inferior, mas Macron será certamente o próximo presidente da França.

Uma conclusão partilhada pela maioria dos observadores internacionais: a V República, iniciada pelo general de Gaulle, está doente, talvez incurável. O sistema não pode permanecer como está. Mas o futuro próximo é imprevisível.

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