Gregos voltam às ruas contra austeridade

imagemOPERA MUNDI – 17/05/2017

Sindicatos convocam greve geral e marcha contra novas medidas exigidas por credores internacionais em troca de empréstimo. Em Atenas, policiais e manifestantes entram em choque em frente ao Parlamento.

Milhares de pessoas protestaram contra novas medidas de austeridade nesta quarta-feira (17/05) na Grécia, em meio a uma greve geral de 24 horas. Segundo cálculos da polícia, as manifestações reuniram 12 mil pessoas em Atenas, onde houve confronto entre policiais e manifestantes, e 6 mil em Tessalônica, segunda maior cidade grega.

Em Atenas, policiais e manifestantes entraram em confronto em frente ao Parlamento, ao fim de uma marcha que, até então, transcorrera de forma pacífica. Um pequeno grupo de manifestantes lançou pedras e coquetéis molotov contra os policiais, que responderam com gás lacrimogêneo.

A greve geral foi convocada pelos principais sindicatos dos setores público e privado, em protesto contra as novas medidas de austeridade exigidas pelos credores internacionais – o Banco Central Europeu e o Fundo Monetário Internacional (FMI) – em troca de um empréstimo já programado. O pacote de medidas deverá ir a votação no Parlamento grego nesta quinta-feira.

As reformas ajudarão a desbloquear um empréstimo de 7,5 bilhões de euros, o terceiro que o país tomará em sete anos. O pacote inclui um novo corte nas aposentadorias, desta vez a partir de 2019, e elevação de impostos a partir de 2020. Ao todo, os cortes somam 4,9 bilhões de euros. A Grécia ainda não se livrou dos efeitos da sua crise da dívida, com o desemprego atingindo uma em cada quatro pessoas no mercado de trabalho.

Nesta quarta-feira, professores, médicos e profissionais de várias outras categorias cruzaram os braços. O transporte público foi interrompido na capital. Nos hospitais públicos, apenas o setor de emergência está funcionando. Controladores de voo interromperam o serviço por quatro horas, levando ao adiamento ou cancelamento de mais de 150 voos. Balsas que levam às ilhas gregas não funcionarão até sexta-feira.

“Queremos enviar uma mensagem decisiva ao governo, à União Europeia e ao Fundo Monetário Internacional de que não vamos deixá-los cortar nossas vidas”, afirmou o sindicalista Alekos Perrakis, da organização sindical comunista Pame.

Policiais também protestaram, bloqueando uma entrada do Ministério da Justiça. Eles exibiram uma faixa em grego e em alemão, direcionada ao primeiro-ministro Alexis Tsipras e à chanceler federal Angela Merkel, com os dizeres: “Quanto vale a vida de um policial grego?” A Alemanha, uma das principais contribuintes dos pacotes de resgate, é um dos países europeus que mais pressiona por reformas na Grécia.

Ilustração: Membros da organização sindical comunista Pame participaram dos protestos em Atenas

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