A direita escolheu o caminho das armas, na Venezuela

imagemResumen Latinoamericano. CiudadCCS

O ministro do Poder Popular para as Comunas, Aristóbulo Istúriz, lamentou que a oposição política venezuelana tenha deixado de lado o caráter democrático e o diálogo sincero para escolher o caminho da violência e das armas. Assim o manifestou na tarde de ontem no Palácio de Miraflores, durante o recebimento de uma mobilização de trabalhadores do Serviço Administrativo de Identificação, Migração e Assuntos Estrangeiros (SAIME, sigla em espanhol), que marchou em apoio à Assembleia Nacional Constituinte.

“O mundo inteiro foi testemunha da atitude da oposição e da direita fascista venezuelana. A direita fascista na Venezuela abandonou o campo da política e assumiu o campo da violência, das armas, da destruição”, manifestou.

Defendeu que as ações irracionais dos setores que se opõem à Revolução Bolivariana enlutaram, entristeceram e encheram de sangue o povo venezuelano.

Durante sua exposição sobre por que é necessária a Assembleia Nacional Constituinte, Istúriz advertiu que, na Venezuela, como em nenhuma outra época, estão ocorrendo crimes com alto grau de crueldade. A esse respeito, afirmou que os setores radicais pretendem impor o ódio entre os venezuelanos por fatores como a militância política, as ideias, a condição social e a cor da pele.

“Temos visto ações terroristas. Pela primeira vez temos visto na Venezuela que possa ocorrer a alguém atirar gasolina a uma pessoa e atear-lhe um fósforo. É terrorismo para meter medo aos demais. Pela primeira vez temos visto como se invade uma escola de ensino infantil ou um centro educacional e os ataca com armas e com fogo para semear o terror”, disse.

Afirmou que estas ações constituem um claro exemplo de fascismo e de racismo e, com relação a isso, acrescentou que esta última condição não está exclusivamente determinada pela cor da pele, mas pela crença de que existem “alguns seres privilegiados que acreditam pertencer a uma raça superior ao ser humano e que estão acima dos demais”.

A CONSTITUINTE COMO OPÇÃO DE PAZ

O também vice-presidente para o Socialismo Territorial expôs que, ante a intransigência da oposição de voltar a sentar-se à mesa de diálogo com o Governo, o presidente da República, Nicolás Maduro, recorreu à opção de convocar uma Assembleia Nacional Constituinte, com o objetivo de reforçar os fundamentos da doutrina do Comandante Chávez, baseada no poder do povo.

“A Constituinte é um legado do presidente Chávez. Por isso, o presidente Maduro recorda a todos: ‘o poder que eu tenho vem do povo. Ele me foi dado pelo povo (…). Hoje não podemos permitir mais mortes na Venezuela, não podemos permitir mais enfrentamentos, não podemos permitir mais intolerância, e não havendo mais possibilidade de diálogo, o poder que o povo me deu eu o devolvo, para que seja o povo, como depositário do Poder Original, quem decida o dilema que hoje vive a Pátria’”, precisou.

Ressaltou que os revolucionários possuem a obrigação e o compromisso de preservar a paz ante a constante ameaça de provocar uma guerra entre os venezuelanos.
“O plano do imperialismo, da oligarquia internacional é que os atores que estão na Venezuela, comandados pela direita fascista, provoquem um enfrentamento entre venezuelanos e entre venezuelanas. Ou seja, que provoquem uma guerra civil para dizer ao mundo que na Venezuela não existe governabilidade e que é necessária a intervenção estrangeira”, denunciou.

A CONVOCATÓRIA NÃO É SUFICIENTE

Durante sua intervenção, o ministro e também integrante da Comissão presidencial para a Constituinte disse que não se deve ver esta instância como um simples processo de inscrição de candidatos, mas que deve se ter pleno conhecimento e consciência sobre o que significa o Poder Original para a consolidação das políticas de Governo, o modelo de país que se aspira e para alcançar a paz.

Recordou que o Comandante Chávez sempre salientou que, nos momentos mais difíceis, seria preciso confiar no poder do povo; isso é o que está fazendo agora o presidente Maduro.

“Devemos nos incorporar como um exército para ir ao encontro desse povo. Não basta colher assinaturas. Não é suficiente; temos que nos meter na alma, no coração, nos tutanos de cada homem e cada mulher”, exortou.
Ratificou que o voto universal, direto e secreto, além da figura dos constituintes territoriais e setoriais, garantirá uma verdadeira presença popular nesta instância de governo, contrário ao que aspiram os setores que a adversam.

“Eles desprezam que os compatriotas pensionistas, que os estudantes, que os indígenas participem da Constituinte”, afirmou, ao mesmo tempo em que recordou que este projeto não pôde ser cumprido pelo presidente Chávez na Constituinte de 1999, porque, naquele momento, não existia um grau de organização suficiente entre os distintos setores da sociedade para obtê-lo. Acrescentou que, depois de 18 anos de Revolução, os avanços foram significativos quanto à formação do Poder Popular, e prova disso são as mobilizações que, quase diariamente, realizam os diferentes setores a favor do modelo socialista.

Assim, sustenta que a nova Constituinte não estará subordinada às tradicionais cúpulas empresariais e partidos políticos e advogará por consolidar um modelo onde impere a justiça.

Fonte: http://www.resumenlatinoamericano.org/2017/06/09/venezuela-la-derecha-tomo-el-camino-de-las-armas/

Tradução: Partido Comunista Brasileiro (PCB)

Categoria