OLHAR COMUNISTA – 16/08/2017

imagemÓdio neonazista nos Estados Unidos: a quem interessa?

O brutal ataque de militantes neonazistas a manifestantes antirracistas e pacifistas ocorrido no último sábado, dia 13 de agosto, na cidade de Charlottesville, na Virgínia, Estados Unidos, que provocou a morte de uma jovem que participava do ato, foi mais um episódio da escalada conservadora que vem marcando a sociedade norte-americana nos últimos anos e seu recrudescimento no governo Trump.

Os agressores não esconderam os objetivos de seu movimento: unir as direitas dos EUA para defender a “supremacia branca” e combater os imigrantes e os movimentos negro, feminista e de homoafetivos. A violência é uma marca constante da ação desses grupos, que não apenas intimidam e ameaçam todos os que defendem direitos civis e sociais, como se utilizam da violência física, chegando a espancar e mesmo assassinar os que a eles se opõem.

Por trás das ações dos neonazistas e de todo o ódio racial que ainda se mantém vivo nos EUA, principalmente nos estados do sul, está a reação – que chega a assumir níveis de irracionalidade – a toda e qualquer garantia conquistada pelos trabalhadores, a toda e qualquer mudança social que caminhe no rumo da igualdade entre gêneros, entre negros e brancos e entre trabalhadores estadunidenses e imigrantes. O objetivo é claro: a manutenção e o recrudescimento da desigualdade social para favorecer a acumulação de capital pelos grandes grupos capitalistas, um objetivo assumido, descaradamente pelo próprio presidente dos Estados Unidos.


América Latina rechaça ameaça militar de Trump à Venezuela

Com esse título, a matéria de O Globo de 13 de agosto descreve a reação contrária dos principais governos latino-americanos à ameaça feita pelo presidente norte-americano de utilizar a força militar na Venezuela. Peru, México, Colômbia, países do Mercosul – Brasil, Uruguai, Paraguai e Argentina (a Venezuela está suspensa), Bolívia, Chile, Nicarágua, Paraguai e Equador foram os primeiros a se manifestar.

A reação mostra que bravatas bélicas dos Estados Unidos não surtem efeito na maioria dos países. Muitos deles não têm mais, nos EUA, sua principal referência política, apesar da hegemonia econômica e militar que exerce no mundo. É necessário, no entanto, desenvolver ações de solidariedade em todo o continente, para reforçar a defesa das conquistas da Revolução Bolivariana e bradar em alto e bom som o protesto contra qualquer ameaça externa à soberania da Venezuela.


Responsáveis pela Tragédia de Mariana seguem sem punição

A Justiça federal suspendeu a ação contra os 22 dirigentes das empresas Samarco, BHT e VogBr acusados de serem os responsáveis diretos pelo rompimento da barragem do Fundão, de rejeitos de minério de ferro, em Mariana, Minas Gerais, em novembro de 2015. A ação civil pública pelos danos socioeconômicos e ambientais decorrentes do rompimento também foi suspensa. A suspensão foi motivada por um pedido da defesa dos réus para que uma suposta quebra de sigilo dos acusados seja apurada.
A culpa das empresas é clara e a indenização pelo conjunto de danos econômicos e socioambientais deverá ser extremamente elevada, podendo mesmo inviabilizar a continuidade da operação dessas empresas no Brasil. O longo tempo decorrido desde o dia da tragédia indica a força das empresas envolvidas e o conluio existente entre elas e o Estado, um conluio direto que caracteriza a natureza do Estado capitalista.
Para que a ganância por lucro não se sobreponha à segurança das instalações, do meio ambiente e da população passível de ser atingida por acidentes como o ocorrido e pela importância estratégica da mineração para o Brasil, a solução é a estatização do setor.


Lucro dos grandes bancos cresce 7%

Em meio à grave crise política e econômica brasileira, os bacos Itaú, Santander, Bradesco e Banco do Brasil ganharam 14,4 bilhões nos meses de abril, maio e junho. Esses valores que, projetados para o período de um ano, chegam a cerca de 60 bilhões, são coerentes com a reserva de mais de 40% do orçamento federal para o pagamento de juros e contrastam com a magnitude dos cortes orçamentários realizados em áreas como saúde, educação, ciência e tecnologia e outras áreas, para combater a crise na lógica do sistema.

Esse quadro comprova que o setor financeiro é aquele que mais lucra com a política econômica em curso e com o conluio entre o Estado capitalista e os grandes grupos econômicos. Retrata também a necessidade de suspensão imediata dos pagamentos de juros aos bancos pelo governo, para que sejam retomados os investimentos públicos, e aponta para a estatização do setor como passo essencial para a superação do padrão de desenvolvimento atual e sua substituição por outro modelo, voltado à promoção da igualdade e da justiça social.