COMUNICADO DO PCPE E PCPC SOBRE ATENTADO EM BARCELONA

imagemUnidade Operária e Popular frente à violência

O Secretariado Político do Partido Comunista dos Povos de Espanha e o Comitê Executivo do Partido Comunista do Povo da Catalunha, em virtude dos acontecimentos violentos ocorridos em Barcelona e Cambrils nos dias 17 e 18 de agosto, DECLARAM:

1. O PCPE e o PCPC expressam sua solidaridade com as vítimas destas ações, assim como com seus familiares, que passam por esta situação de sofrimento e dor.

2. O PCPE e o PCPC rechaçam qualquer tipo de ação violenta que se realize com pretendidos objetivos políticos contra a população civil indefesa. As ações terroristas nunca se podem invocar sob a égide da legitimidade política. O terrorismo é contrário aos interesses dos povos que lutam por sua emancipação, e se converte sempre em ferramenta útil para a maior violência dos repressores.

3. O PCPE e o PCPC denunciam as políticas dos distintos governos do Estado Espanhol, assim como as relativas às estruturas do capital da UE e da OTAN, como principais causadores últimos destas ações inaceitáveis. As políticas imperialistas desenvolvidas há décadas nos países do sul do Mediterrâneo e no Afeganistão têm ocasionado centenas de milhares de vítimas e destruído países inteiros. Estas ações têm potencializado o Islã político como processo de fanatização, o qual é utilizado como justificativa para desestabilizar governos e gerar todo tipo de violências.

4. O PCPE e o PCPC apontam diretamente que os financiadores e criadores da Al-Qaeda e Estado Islâmico, como instrumentos de sua política internacional, são nada mais nada menos que os EUA, os países membros da OTAN, a entidade sionista de Israel e as petromonarquias árabes. A destruição da Líbia, Síria, do Afeganistão, Iraque, Iêmen, etc., assim como a negação de asilo e ajuda às populações refugiadas destes e outros conflitos, estão nos antecedentes das ações criminosas de Barcelona.

5. A atitude condescendente do governo de Mariano Rajoy com as ações terroristas que, na Venezuela, se dão contra o legítimo governo de Nicolás Maduro, as quais provocaram mais de cem mortes, faz parte da mesma concepção de política internacional. O atual governo do PP nunca divulgou uma declaração incisiva de condenação a estas ações terroristas, mas, ao contrário, soma-se, em toda ocasião, à campanha do imperialismo internacional de descrédito e deslegitimação do atual governo da Venezuela.

6. Ações violentas, como as ocorridas em Barcelona e Cambrils, não podem ser combatidas com a suposta eficácia das estruturas policiais, com os Estados de Alerta e a militarização da sociedade. A França vive há mais de um ano nesta situação, sem que tenha havido uma maior segurança para sua população. A melhor forma de acabar com esse tipo de violência indiscriminada e incontrolável é pôr fim às políticas imperialistas de agressão e de saque contra os países que possuem as riquezas energéticas necessárias à atual produção capitalista.

7. Hoje o poder político e econômico tira proveito destas ações de tipo terrorista e, utilizando o sofrimento das vítimas e seus familiares, tratam de impor um Estado de crescente repressão dos direitos e liberdades do povo e da classe trabalhadora, para seguir mantendo seu injusto sistema social. O Estado policial é utilizado contra as lutas operárias, como neste caso, em que coincide com a greve do pessoal de controle do Prat (Aeroporto de Barcelona), e para disciplinar todas as forças sociais sob o ditame dos interesses dos opressores e exploradores.

8. O PCPE e o PCPC exigem a retirada imediata de todas as tropas espanholas nos países estrangeiros. Assim como o respeito à soberania de todos os países, e seu direito à livre autodeterminação. E a saída imediata da Espanha da UE, da OTAN e de todas as estruturas militares e policiais do imperialismo.

9. O PCPE e o PCPC chamam a classe operária e os setores populares a não se alinhar com a manipulação que os governos promovem sobre o sofrimento das vítimas, e a defender os interesses da maioria social frente às políticas do imperialismo e suas violências. A luta unitária numa ampla frente operária e popular pelo socialismo abrirá o caminho para a superação desta situação com o horizonte da construção de uma sociedade formada por pessoas livres e iguais, garantido o respeito à soberania dos povos e de convivência em paz entre eles. Este caminho é o único que nos permitirá superar todas as violências que são intrínsecas ao sistema de dominação do capital, razão pela qual não têm solução dentro deste sistema.

PCPE-PCPC, 18 de agosto de 2017.

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