Privatização da Eletrobrás: mais um golpe!
OLHAR COMUNISTA – 29/08/2017
A intenção do governo de privatizar a Eletrobrás vai no rumo contrário ao de países como China, Rússia, Noruega e Canadá, que têm grandes sistemas hidrelétricos de geração de energia geridos por empresas estatais. Uma das razões alegadas é que o setor privado propiciaria uma melhor gestão para o setor. O anúncio vem gerando preocupações, resistências e indignações em diversos setores da sociedade.
Para o professor Edmar Almeida, da UFRJ, segundo entrevista a O Globo de 23 de agosto de 2017, o Brasil tem a maior capacidade de reservatórios do mundo, e os rios são um recurso público estratégico. Para Edmar, há fatores econômicos que também justificam a propriedade estatal das usinas, como o elevado montante de recursos exigidos para a sua construção.
Novamente se utiliza a falácia da “melhor gestão” do setor privado para justificar a privatização. O que se pode observar nos muitos exemplos de experiências recentes de empresas estatais privatizadas é exatamente o contrário, como nos casos da geração de energia nuclear, em Fukushima, no Japão, da mineração, em Mariana- MG, pela Samarco, e do acidente na produção de petróleo offshore no Golfo do México, administrado pela British Petroleum, onde gastos com segurança foram considerados custos que poderiam ser reduzidos para aumentar a lucratividade das respectivas empresas. O mesmo se pode afirmar quanto às preocupações envolvendo as empresas privadas, o uso estratégico dos recursos e a preservação ambiental: o objetivo primeiro do lucro será responsável pelo uso desenfreado dos recursos e a ampliação do processo de destruição do meio ambiente.
Mas é claro que não basta ser estatal. Há que haver controle de todo o sistema pelos trabalhadores e ampla transparência na sua gestão.