VAMOS DERROTAR O PACOTARSO DO FMI

Neste momento de eleições para o sindicato é o momento de refletirmos um pouco sobre as posições políticas e sobre as práticas que delas decorrem, levadas por nossas direções sindicais.

Na Europa, na Ásia e nas Américas, particularmente nas duas últimas décadas, o capitalismo tem massacrado a classe trabalhadora com suas políticas neo-liberais homogêneas e homogeneizantes. A fórmula universal do FMI, montada sobre a redução do tamanho do estado e sobre as políticas de ajuste fiscal, impõe como centro das políticas públicas dos governos as privatizações, a entrega dos recursos naturais de povos e nações em favor dos grandes interesses privados multinacionais, o desmonte dos serviços públicos, sua mercantilização, e a obsessão constante de retirar direitos e precarizar a vida dos trabalhadores. Esta é a situação mundial da classe trabalhadora, da Grécia ao México, da Finlândia à Espanha. Através dos mecanismos da dívida dos estados e de compromissos contratuais, o Banco Mundial eleva-se como a instância operacional para a implementação global das políticas elaboradas pelas agências do FMI. Com este quadro em vista, será justo continuarmos nos referindo ao “Pacote da Yeda” ou ao tal “Pacotarso” como projetos nascidos de uma vontade unilateral e soberana destes governos? O que tornou tão rapidamente e tão igual o governo Yeda do PSDB e o governo Tarso do PT? Não haverá por trás do trono, algo maior que o próprio rei? Não seria exatamente a força do capital financeiro internacional agindo como poder real sobre tais governos democráticos de direito? Ignorar-se estes vínculos, ou simplesmente lançar advertências eleitorais ao governo, não nos ajudará a enfrentar governos fantochizados pelo Capital: é necessário apontar, clara, aberta e insistentemente, sua opção de classe, sua adesão subalterna ao projeto dos donos de mundo.

Hoje temos um sindicato de representação, de delegação, onde os militantes mobilizáveis se contam às centenas, não aos milhares. A democracia parlamentar, na qual se vota e se espera por quatro anos, de alguma forma, parece também nos ter atingido, em detrimento de uma democracia de participação permanente. É urgente construirmos um sindicato de massas e de luta, onde a maioria da base esteja de fato presente, condição de êxito de qualquer luta. Mas, para isso, é essencial o respeito à democracia dos trabalhadores: as decisões tomadas nos núcleos devem alcançar as assembléias gerais, e não se perderem no meio do caminho. Prestigiar a participação nos núcleos, garantir aos núcleos um papel na formulação das políticas do sindicato é fundamental para se construir um sindicato capaz de agregar, manter e coesionar os trabalhadores em educação. Nem o Conselho Geral do Cpers, nem mesmo a direção da entidade, tem o direito de “filtrar” ou “votar” decisões emanadas dos núcleos; quando o fazem usurpam direitos da categoria, lesam a soberania da base, solapam a democracia. As decisões aprovadas nos núcleos devem ser levadas pelos próprios núcleos diretamente às assembléias gerais, sem a necessidade da mediação das ditas “correntes partidárias organizadas”.

A partidarização do sindicato que, sobretudo através das correntes políticas internas do PT, desempenhou nos anos 80 um papel positivo na elevação da condição política da categoria, a partir da completa absorção do partido pela institucionalidade, transformou-se há algum tempo num obstáculo ao avanço. Com a capitulação do partido como projeto emancipador, a partidarização revela-se então como fraude, como mistificação, última trincheira onde sempre é possível alguma defesa. E é aqui que a partidarização se mostra profundamente problemática e intolerável.

Detectar as múltiplas manifestações do partidarismo não é muito fácil, pois ele opera quase sempre de modo sutil. No entanto, a nossa história já registrou algumas delas, a saber. Na greve realizada durante o governo Olívio, os partidarizados defendiam que não se podia confrontar os amplos interesses de um “governo dos trabalhadores” com os pequenos e corporativos interesses da categoria, que a greve era inoportuna, que devíamos preservar o “projeto dos trabalhadores”… Que eloqüente, não? O pior é que esta concepção baseou toda nossa pauta de reivindicações daquele período. Mais adiante, no governo Yeda, dizia-se que a resposta seria dada nas urnas… Benditas bocas… Quando o PMDB era a força hegemônica na categoria, a oposição da vez dizia que a revolução seria com o PT… Que clarividência… Aliás, hoje os futuros postulantes à combalida hegemonia do PT na categoria carregam também fortes e indisfarçáveis pretensões eleitorais. Todavia, diferentemente, chegam à categoria tal e qual os espanhóis e portugueses, desembarcando na América para colonizá-la, cheios de soberba e auto-suficiência, com a espada em uma das mãos e a bíblia na outra, para catequizar ou catequizar… homens e mulheres sem alma.

O sindicato que os trabalhadores em educação precisam só pode ser construído pelos próprios trabalhadores da educação!

Resistência Popular, ASS e Unidade Classista apóiam:

Chapa 2 no 22º e no 39º Núcleos

Chapa 3 no 23º Núcleo

Chapa 4 no 38º Núcleo

POR UMA ESCOLA PÚBLICA, GRATUITA E DE QUALIDADE!