Trabalhadores franceses nas ruas contra as reformas trabalhistas neoliberais

imagemOLHAR COMUNISTA – 30/09/2017

Os cinco decretos assinados na sexta-feira dia 22 de setembro pelo presidente Emmanuel Macron, que flexibilizam as relações de trabalho na França, estão gerando uma intensa mobilização dos trabalhadores franceses, liderada pela CGT, central sindical hegemonizada pelos comunistas, contra a reforma trabalhista. O ex-candidato da esquerda à presidência da república, Jean-Luc Mélenchon, que obteve 20% dos votos, também está conclamando os franceses a ocuparem as ruas, em oposição aos decretos. As centrais sindicais CFTD e Force Ouvriére criticaram as reformas, mas não se dispuseram a participar das manifestações.

As reformas preveem, entre outras medidas, as demissões sem justa causa, a permissão para que empresas estrangeiras instaladas no país possam demitir funcionários em caso de crise local e a possibilidade de pequenas empresas dispensarem os sindicatos para negociar a jornada de trabalho e os salários com os empregados. A alegação do presidente francês é a de que as reformas ajudarão a baixar a taxa de desemprego, hoje em 9,6%, na França.

imagemA linha das reformas segue o ideário neoliberal, que propõe fragilizar as relações de trabalho para, ao permitir o aumento da taxa de exploração das empresas sobre os trabalhadores, facilitar a obtenção de lucros dos capitalistas. A postura da CGT é a de enfrentar a questão pela raiz, não aceitando negociar qualquer perda de direitos para a classe trabalhadora. As medidas podem debilitar ainda mais o governo Macron, hoje com 30% de aprovação, que se coloca como de centro, mas que segue, claramente, uma postura de subalternidade à liderança europeia conservadora de Angela Merkel e ao empresariado em geral.