Outubro: a Revolução da Humanidade Trabalhadora

imagemJorge Cadima

É impossível falar do último século sem falar da grande Revolução Socialista de Outubro, o maior acontecimento libertador da História. Mesmo os seus inimigos o sabem. Por isso a denigrem e falsificam. Porque a odeiam, mas também porque dela continuam a ter medo.

A Revolução de Outubro mostrou que é possível uma sociedade diferente, que é mentira que tenha de ‘ser sempre assim’. Mostrou que a Humanidade não precisa de banqueiros, de grandes capitalistas ou latifundiários para viver e progredir. Mostrou que, quando a sociedade humana deixa de alimentar os apetites insaciáveis das classes parasitárias, cai por terra a tese do ‘não há dinheiro’ para despesas sociais.

Apesar do atraso da Rússia czarista e da hostilidade permanente das classes exploradoras de todo o mundo, a União Soviética socialista assegurou ‘dinheiro’ para alfabetizar e educar todo o povo, com ensino gratuito e de qualidade. ‘Houve dinheiro’ para assegurar cuidados de saúde gratuitos, férias, descanso, cultura, ciência e desporto para todos. ‘Houve dinheiro’ para, sem esmolas caritativas, assegurar direitos laborais, segurança na terceira idade e perante os infortúnios da vida, direitos das mulheres e das crianças. O desemprego foi erradicado. Enquanto o mundo capitalista se afundava na grande crise dos anos 30, a URSS assegurou um impetuoso desenvolvimento das forças produtivas, transformando-se numa grande potência industrial. Façanhas possíveis porque a sociedade deixou de ser gerida em função do lucro e dos interesses do grande capital financeiro.

A Revolução de Outubro não foi apenas uma Revolução russa. Foi uma Revolução que inspirou os trabalhadores e povos de todo o mundo. Foi uma Revolução da Humanidade trabalhadora, explorada e oprimida. Foi o seu exemplo que pôs fim à carnificina da I Guerra Mundial, alentando a revolução alemã de 1918. Que levou o movimento operário de todo o mundo a criar os seus partidos revolucionários de classe e potenciou a luta das classes exploradas pelos seus direitos sociais. Que inspirou os povos colonizados (a maioria da Humanidade) a libertarem-se da dominação imperialista. Que inspirou novas revoluções socialistas e a luta anti-fascista.

Foi o pavor de que o exemplo da Revolução de Outubro se generalizasse que levou o grande capital – sobretudo após a derrota da aposta no fascismo – a fazer concessões que representaram avanços sociais até então desconhecidos e que não são fruto do capitalismo, como os dias de hoje dramaticamente comprovam. A Humanidade deve muito à Revolução de Outubro. Incluindo a derrota do monstro nazifascista, filho do capitalismo em crise, e a defesa da paz mundial.

Não é um acaso que o desaparecimento da URSS tenha sido acompanhado de um enorme retrocesso para os trabalhadores e povos do mundo: explodiram de novo a exploração de classe desenfreada, enormes desigualdades sociais e as guerras e agressões do imperialismo. O capitalismo, mais livre para funcionar de acordo com as suas leis (e contradições), caiu numa profunda crise sistêmica. É também o século XXI que mostra que a Revolução de Outubro faz falta aos trabalhadores e aos povos. E ninguém melhor do que as classes dominantes deste cada vez mais parasitário e destrutivo capitalismo sabe que ela aponta o caminho do ‘outro mundo’ necessário e possível. É por isso que, cem anos depois, continuam a temê-la e odiá-la.

Viva a Revolução de Outubro!

*Este artigo foi publicado no “Avante!” nº 2293, 9.11.2017