Demarcação já!

imagemPCB DENUNCIA AÇÃO CRIMINOSA DE USINA CONTRA O POVO INDÍGENA DO CATU! DEMARCAÇÃO JÁ!

O Partido Comunista Brasileiro (PCB) denuncia os crimes que vêm sendo cometidos por usinas de cana de açúcar no Território Indígena do Catu! Somamo-nos à luta dos indígenas pelo direito ao seu Território e à preservação de suas matas!O Povo Indígena Potiguara da Aldeia Catu está localizado nos municípios de Canguaretama e Goianinha, no estado do Rio Grande do Norte. Conta com uma população de mais de 700 indígenas, mantendo os seus costumes e tradições. Embora continuem exercendo a prática da caça e da pesca, a principal atividade econômica é a agricultura familiar, tendo destaque a coleta da mangaba e o plantio da batata – cuja atividade dá origem à sua tradicional festividade: a Festa da Batata.

Os indígenas do Catu possuem uma rica história de resistência à violência, preconceito e omissão do Estado em assegurar os seus direitos. Lutam pela demarcação do seu Território Indígena, bem como por políticas públicas que respeitem as especificidades dos indígenas e garantam o acesso do seu Povo aos direitos sociais, como educação, saúde, entre outros.

A não demarcação da Terra Indígena do Catu acaba por fazer com que o espaço onde vivem seja espremido por duas usinas de cana de açúcar (usina Vale Verde e usina Estivas), que agridem o Território Indígena avançando com o monocultivo da cana.

Essas duas usinas de cana de açúcar estão localizadas dentro do Território Tradicional dos Indígenas do Catu, ameaçando constantemente a viabilidade da vida dos indígenas, uma vez que já invadiram as suas terras e buscam sempre aumentar a sua área de produção no interior da Aldeia do Catu. A cada ciclo da safra de cana-de-açúcar os maquinários das usinas derrubam cerca de 10 a 30 metros de mata à dentro com a finalidade de aumentar a área de plantação do próximo ciclo. Portanto, além de continuarem invadindo o Território Indígena, destroem uma área de mata nativa que inclusive, faz parte de uma Área de Proteção Ambiental (APA), denominada Piquiri-Una.

O monocultivo de cana e a utilização de agrotóxicos por parte das usinas Vale Verde e Estivas, por um lado, interrompem o processo natural de reciclagem dos nutrientes, empobrecendo o solo e diminuindo sua produtividade, consequentemente, compromete a biodiversidade e acarreta a diminuição da quantidade de animais silvestres. Por outro lado, contaminam o solo, o Rio Catu e todo o roçado da Aldeia Indígena.

Vale destacar, a respeito da contaminação do solo por parte das usinas que circundam o Povo do Catu, que muito embora os indígenas se dediquem a uma plantação de policultura sem o uso de agrotóxicos, em conformidade com uma agricultura orgânica, ainda assim, aquela população não consegue o Selo de Orgânico pelo Estado em virtude, sobretudo, da proximidade com as atividades degradantes promovidas pelas usinas de cana-de-açúcar – inviabilizando, assim, a agregação de valor à sua produção.

Também é digno de nota observar que essa luta do Catu, em sua defesa e contra os avanços predatórios das usinas de cana-de-açúcar, é também a luta de outros povos indígenas: lembremos, por exemplo, que a mesma Vale Verde foi a responsável pelo crime cometido contra o Povo Indígena Potiguara da Aldeia Sagi/Trabanda (município de Baía Formosa/RN), quando no mês de junho de 2017 destruiu, unilateralmente, toda uma área de roçado daquelas famílias tradicionais.

As lideranças indígenas já buscaram apoio dos órgãos do Estado, mas até o momento nenhuma medida efetiva foi concretamente tomada para coibir o desmatamento, o avanço das usinas de cana-de-açúcar, e mesmo as ameaças e perseguições a estas lideranças.

Todo esse cenário demonstra a continuidade da velha política de violência contra os povos indígenas e o saque dos seus territórios tradicionais. A Aldeia Catu resiste e luta pela demarcação do seu Território e pela preservação de sua mata, cuja importância é enorme para sua reprodução física e cultural.

O Partido Comunista Brasileiro (PCB) expressa sua solidariedade e cerra fileiras na resistência e na luta junto ao Povo Indígena do Catu!

Pela Imediata Demarcação do Território Indígena do Catu!
Pela retirada das usinas da área indígena!
Por políticas públicas que proíbam o desmatamento, com punição para os responsáveis!
Pelo Poder Popular e o Socialismo!

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