Brasil: 11,8 milhões de adultos analfabetos

Brasil: 11,8 milhões de adultos analfabetosOLHAR COMUNISTA – 28-12-2017

Dados divulgados pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, de 2016, do IBGE, contabilizam em 11,8 milhões os brasileiros adultos analfabetos. Destes, 14,8% estão no Nordeste, contra 3,6 no Sul. os negros chegam a 9,9%; os brancos são 4,2%. Desse total, a maioria tem 50 anos ou mais. A pesquisa revelou, ainda, que 51% da população com mais de 25 anos tem apenas o ensino fundamental.

Conforme a matéria de O Globo, de 22 de dezembro de 2017, os números mostram que o Brasil não cumpriu uma das metas estabelecidas pelo Plano Nacional de Educação, que determinava a redução do analfabetismo a 6,5% até 2015, e sua erradicação até 2024.

OLHAR COMUNISTA 447Os números são, essencialmente, o resultado do papel restrito demandado à Educação pelo desenvolvimento capitalista brasileiro, que, no caso geral, necessicita de um número relativamente pequeno de trabalhadores mais qualificados e de muitos trabalhadores pouco qualidficados. Pela natureza do Estado brasileiro, que representa os interesses das grandes empresas e dos ricos, não há vontade política para se promover os investimentos necessários no sistema educacional, seja em instalações, material e equipamentos, salários dos professores e demais profissionais, alimentação e bolsas para os estudantes e outras medidas. Contribuem em muito, também, para esse quadro a enorme desigualdade existente no país – que recai mais fortemente sobre os negros e obriga boa parte da população jovem a deixar a escola para trabalhar desde cedo – e a falta de estruturas de seguridade social, que obriga a muitos jovens – principalmente do sexo feminino – a largar os estudos para cuidar de irmãos mais novos ou dos pais ou avós idosos.

O acesso e a garantia da permanência de todos os jovens em idade escolar no sistema educacional, até a Universidade, é um direito de todos e um dever do Estado. É uma conquista dos trabalhadores que data da Revolução Francesa e se consagrou nos países que viveram experiências de construção socialista no século XX.

Qualquer projeto de desenvolvimento que não parta da Educação pública e gratuita integral para todos e não a tenha como objetivo central será um projeto limitado e parcial, que não contemplará os anseios de justiça e igualdade social. É hora de unir a classe trabalhadora para a garantia desse e de outros elementos-chave para o desenvolvimento, como a saúde pública, a moradia e a previdência universais.