Comuna que Pariu: revolução e carnaval

Comuna que Pariu: revolução e carnavalSupremo é ter o povo no poder!

Dá cá o nosso, se não der a gente toma!

O PODER POPULAR Nº 29 – EDIÇÃO DE FEVEREIRO/2018

Em 2018 o Comuna que Pariu canta a classe trabalhadora em seu cotidiano de lutas, dramas, amores e sonhos. Afinal, “além da dor também nos une o amor… Chegou Comuna, bando de trabalhador”!

Comuna que Pariu: revolução e carnavalFevereiro. A classe trabalhadora toma as ruas e tira a fantasia que veste o ano inteiro, pra brincar o carnaval. Estão todos lá, seja na rabeira dos blocos e escolas de samba, vestidos de garis, varrendo a moral deixada no asfalto pelos foliões; ou no meio da avenida e da multidão, vivendo um momento de ilusão, quando os paletós, gravatas, macacões, uniformes, calças e sapatos apertados dão lugar a plumas, paetês e ao que mais a criatividade permitir. É com os trabalhadores e trabalhadoras – é com os nossos – que o Bloco Comuna que Pariu mostrará a sua cara em 2018.

Contaremos e cantaremos a história e o cotidiano de quem agora sofre com a intensificação da precarização da vida. Precarização que ganha contornos dramáticos com a retirada de conquistas históricas de nossa classe, que teve rasgadas sua dignidade e a carteira de trabalho, que tende a morrer na labuta sem ter tempo pra curtir seus cabelos brancos, que tende a trabalhar mais ganhando menos, que está, enfim, entrando no século XXI, marcado pela retirada dos direitos conquistados a ferro e fogo no século passado.

Comuna que Pariu: revolução e carnavalCom os direitos, vão junto as nossas noites de sono. E dá-lhe trem lotado, banho de água gelada, gasolina cara, aluguel atrasado, susto com o preço na gôndola do supermercado. Na informalidade do trabalho, está a nova realidade, que é também a daqueles que não vão se aposentar. E sobra criatividade pra se virar em tempos difíceis. Do camelô vendendo bugigangas no meio da rua, driblando a indiferença e correndo do rapa, aos volantes de um Uber, vamos dando um jeitinho pra botar o feijão com arroz no prato.

A culpa disso tudo? Não só Lula, nem Dilma, nem Temer. Indivíduos são fantoches a serviço das mãos nada invisíveis, localizadas nos arranha-céus da Avenida Paulista. Entram em crise, brigam entre si, jogam uns aos outros às jaulas. Perdem os anéis, mas mantêm os dedos. É no nosso sufoco que está o lucro do patrão. E sobra chicote nas costas dos trabalhadores, intensificando a exploração. Querem nos fazer pagar a conta da crise, mas se a crise é deles, vamos pendurar essa conta e sair de fininho.

Não vão roubar nossa esperança. Em cada rosto sorrindo nas ruas e avenidas, salpicados por confetes e purpurinas, está a nossa possibilidade de transformação. Se, de um lado, nossa classe é atacada, por outro, só ela pode mudar os rumos dessa história. Vamos fazer deste carnaval um fevereiro vermelho, porque, se depender de nós, nossos sonhos não vão morrer na quarta-feira de cinzas.

Samba do Comuna que Pariu 2018

Cadê o futuro que tava aqui? O patrão comeu
Ou a classe vem pra rua ou então … fudeu!
Eu vim daqui, eu vim dali, eu vim de lá
“Fora Temer” e Crivella, tô na rua pra lutar
Além da dor, também nos une o amor
Chegou Comuna, bando de trabalhador
Lá vai em cada isopor
O sonho, o suor, feijão e arroz do camelô
Que tá cansado de vender
Pra quem não cansa de comprar
E camelô representa todo mundo que não vai se aposentar
A gente é o rato que roeu a roupa do rei de Roma
Supremo é ter o povo no poder
Dá cá o nosso, se não der a gente toma
A Maluca me embalou (Me embalou)
A Comuna que pariu (Que Pariu!)
Revolução e carnaval
É coisa nossa, nossa classe construiu
E agora, Maria? E agora, José?
Roubaram teu sono, venderam tua fé
Futuro, promessa, passaram a mão
Na bunda da população
Vambora Maria, vambora José
Viver pra mudar nossa história
Vermelha vitória, desbanca burguês
Ó nós aqui outra vez

Compositor@s: Alisson Martins, Belle Lopes, Bil-Rait “Buchecha”, Guilherme Sá, Letícia, LG, Nina Rosa, Tiago Sales e Thiago Kobe.

O Comuna desfila às 15h de 12 de fevereiro, segunda-feira de carnaval, na Rua Alcindo Guanabara, Cinelândia, Centro do Rio de Janeiro.

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