AS ELEIÇÕES MUNICIPAIS NA RETA FINAL

Não fizemos qualquer concessão ao oportunismo, à demagogia, à mistificação e às ilusões de classe. A tônica de nossas campanhas foi mostrar ao povo que é impossível “humanizar” ou “reformar” o capitalismo. Apontamos para o socialismo, como único caminho para buscar uma sociedade justa, fraterna, solidária e igualitária.

Apresentamos nas eleições um programa político para um governo socializante, que planeja o desenvolvimento da cidade para torná-la igualitária, investindo prioritariamente nas áreas mais carentes; defendemos a presença direta do Estado nos serviços sociais, garantindo a saúde e a educação públicas, universais, gratuitas e de alta qualidade; defendemos a cultura, o transporte de massas, a habitação e outros serviços como direito de todos; propusemos a formação de Conselhos Populares.

Mais ainda, na campanha do PCB, denunciamos a criminalização dos movimentos sociais; defendemos a reestatização da Petrobrás, na perspectiva de que os lucros com a exploração de nosso petróleo sejam apropriados para enfrentar os nossos graves problemas sociais; demos solidariedade à luta dos povos da América Latina e do mundo contra o imperialismo; mostramos que só o poder popular pode representar algum avanço democrático.

Confirmando as limitações da democracia burguesa, esta eleição será, como sempre, ganha pelas grandes máquinas eleitorais milionárias; os candidatos são apresentados como produtos ao “mercado do voto”.

Apesar de nossos candidatos a Prefeito terem, em geral, se diferenciado positivamente, a eleição majoritária para o PCB sempre apresenta mais dificuldades. Nestas eleições para Prefeito, em todo o país, apresentamo-nos com chapa própria ou em aliança com partidos de esquerda que, como o PCB, não têm recursos financeiros nem máquinas administrativas.

Mas poderemos talvez aumentar um pouco nossa bancada de Vereadores, elegendo camaradas em alguns dos Estados além dos que já temos parlamentares (Amapá, Maranhão, Pernambuco e Piauí). Mas este não será o principal critério para medir o crescimento do nosso Partido, que vem reforçando seu trabalho junto aos trabalhadores e à juventude, praticando o internacionalismo proletário, ajudando a unir os comunistas revolucionários e a esquerda socialista.

Uma vez encerrado este primeiro turno, a Comissão Política Nacional do PCB vai se reunir no dia 14 de outubro, para decidir de forma centralizada nossa posição em cada um dos segundos turnos que ocorrerão no país, com coerência nacional. Antes disso, os Comitês Regionais devem reunir-se para manifestarem ao CC sua opinião a respeito dos segundos turnos em cada Estado. Diante do quadro que se apresenta, a tendência é que na maioria dos segundos turnos, a disputas se limite a candidaturas no campo conservador, o que nos levará ao voto nulo politizado. Mas haverá casos em que podemos dar um apoio político no segundo turno, quando o confronto se der entre a direita e o campo popular e democrático. Mas sempre será um voto independente, unilateral, crítico, com nossa identidade e integridade preservadas.

Uma coisa é certa. Encerradas estas eleições, o PCB nacionalmente entrará na preparação de nosso XIV Congresso, que se dará em 2009. A primeira etapa será o aprofundamento da compreensão, em todas as instâncias partidárias, sobre a Resolução sobre Concepção e Organização de Partido, adotada a partir dos debates da Conferência Nacional de Organização, que se deu em março deste ano. Será um amplo debate voltado para adaptar o Partido a esta Resolução, como condição para o início dos debates sobre as teses congressuais.

O XIV Congresso do PCB será mais um passo importante para a reconstrução revolucionária do PCB.

Mas a prioridade política na realização do XIV Congresso não poderá paralisar a ação política do Partido, que deverá centrar-se na luta de massas pela reestatização da Petrobrás, na construção de uma organização intersindical nacional classista, na solidariedade internacionalista, na unidade comunista e na formação de uma frente antiimperialista de esquerda, na perspectiva do Bloco Histórico do Proletariado e da construção do socialismo.

Comissão Política Nacional PCB – Partido Comunista Brasileiro