Primeiro de maio: dia mundial de luta unitária da classe trabalhadora

imagemPrimeiro de Maio é um dia mundial de luta da classe trabalhadora. É uma referência direta ao ano de 1886, quando, em Chicago, nos EUA, realizou-se uma grande manifestação   por melhores condições de trabalho e pela redução da jornada de treze para oito horas diárias. A mobilização que se estendeu pelos dias seguintes, duramente reprimida, resultou em mortes de manifestantes e desencadeou uma greve geral naquele país.

Hoje, cento e trinta e dois anos depois, as grandes empresas capitalistas, mundializadas, ditam os rumos políticos da maioria dos países, impondo seus interesses na formulação e implementação das políticas econômicas e sociais para favorecer seus lucros e a acumulação de capital. A hegemonia burguesa, lastreada no padrão atual de desenvolvimento do capitalismo, faz com que as relações e condições de trabalho sejam fragilizadas, as remunerações dos trabalhadores aviltadas, com a destruição sistemática de direitos e garantias sociais.

No Brasil, sob um governo burguês “puro sangue” e abertamente autoritário, que chegou ao poder por meio de um golpe parlamentar, todas as garantias e direitos conquistados pelos trabalhadores nas últimas décadas vêm sendo atacados, ao passo que todas as benesses são concedidas ao empresariado. A reforma trabalhista recentemente aprovada e os cortes nos gastos sociais, operados em nome da “austeridade” do governo, vêm gerando sofrimento e desesperança na maioria da população e entre os trabalhadores.

São cada vez mais comuns as ameaças às liberdades democráticas e aos direitos civis de que dispomos no Brasil – duramente conquistadas no enfrentamento à ditadura. Grupos fascistas e assemelhados atuam com a cumplicidade do Estado e foram responsáveis pelos ataques à caravana do PT, ao acampamento Marisa Letícia e ao assassinato da vereadora Marielle Franco, no Rio de Janeiro, militante na defesa do socialismo e dos direitos das mulheres e dos negros. Além disso, continuam as execuções no campo de ativistas da luta pela reforma agrária e dos direitos indígenas.

No entanto, a resistência popular se manifesta na mobilização dos trabalhadores em geral, dos setores populares e de todos os que defendem as conquistas democráticas e a justiça social, a exemplo da greve geral em abril do ano passado e de outras grandes manifestações sociais contra todo esse estado de coisas, o que acabou contribuindo para a não aprovação da reforma da previdência no Congresso.

No horizonte próximo do enfrentamento na luta de classes está a necessidade de retomar a ofensiva pelo resgate de direitos e melhores salários e condições de vida e trabalho, tendo, como pano de fundo, o enfrentamento ao capitalismo visando à sua superação com a construção do Socialismo. Há que se dar um salto na organização dos trabalhadores, com a realização de um Encontro Nacional da Classe Trabalhadora. Há que levar-se adiante a luta política, com a construção de um programa contrário às ameaças às liberdades democráticas, pela revogação das contrarreformas de Temer e por mais e novos diretos e garantias para os trabalhadores.

Em diversas cidades brasileiras estão sendo organizados atos comemorativos em torno do 1° de Maio. Contudo, alguns se caracterizam pelo oportunismo eleitoreiro ou por práticas divisionistas que, longe de contribuir na preparação dos trabalhadores para o enfrentamento às ações dos inimigos de classe, os fragilizam, desorientando-os politicamente.

O PCB concentrará sua participação nas manifestações do Primeiro de Maio em Fortaleza, Ceará, onde se realiza, neste momento, o II Congresso Nacional da Unidade Classista, que congrega lideranças sindicais do Partido e da nossa corrente sindical.

O PCB orienta o conjunto de sua militância a participar da construção e organização de atos unitários que ajudem no processo de conscientização dos trabalhadores na luta em favor de seus reais interesses. Esses atos devem ter como eixo centrais a defesa das liberdades democráticas, a revogação da Reforma Trabalhista, o direito à saúde, à educação, à moradia, ao trabalho.

Viva a luta dos trabalhadores!

Pelo Poder Popular e pelo Socialismo!

Partido Comunista Brasileiro (PCB)