Honduras: Mais de 40 trabalhadores rurais assassinados em conflito de terras no Bajo Aguán

Os trabalhadores rurais hondurenhos seguem sendo vítimas da repressão paramilitar financiada pelos ruralistas e latifundiários

Resumen Latinoamericano/La Radio de Sur – Mais de 40 trabalhadores e trabalhadoras rurais foram assassinados em meio ao conflito entre pequenos agricultores contra ruralistas e latifundiários pela posse das terras do Bajo Aguán de Honduras. O caso mais recente foi a morte de Santos Ceferino Zelaya Ruiz (33 anos), que foi emboscado por grupos armados no interior do assentamento camponês.

Filiado ao assentamento de La Aurora, do MUCA, foi assassinado nesta terça-feira, 11 de outubro, ao ser atacado por guardas de segurança do ruralista Miguel Facussé, quando junto a vários outros trabalhadores rurais trabalhava a terra reclamada pelo agro-empresário.

Johnny Rivas, membro do  MUCA, em declarações oferecidas à Rádio del Sur, ressaltou que “os pequenos agricultores reclamam o uso dessas terras de propriedade do Estado, que nos foi entregue pelo deposto presidente Manuel Zelaya, em um prolongado conflito com latifundiários e ruralistas da região”.

Continuando, o dirigente denunciou que o Governo do presidente Porfirio Lobo carece de uma política agrária eficiente para resolver o conflito, e considerou que “ao não haver uma estratégia, confrontos como os que se vivem nos campos de Honduras geram mais violência”.

Rivas informou que “várias mulheres que acompanhavam Santos Ceferino durante o tiroteio se refugiaram nos campos de palmeiras, e os guardas particulares de Facussé detiveram 15 delas e perseguem as outras que se refugiaram”.

“Os pequenos agricultores não se dedicam a assassinar ninguém, senão a cultivar a terra”, enfatizou o representante do Muca.

Trabalhadores rurais coincidiram ao afirmar que esta parece “uma zona de guerra” pela permanência dos agentes repressivos, enviados pelo governo há vários meses, segundo La Prensa.

A administração de Porfirio Lobo afirma que tenta mediar o processo, quando na verdade efetivos da Força Tarefa Xatruch II patrulham a zona apoiados por veículos de artilharia, blindados, helicópteros e lanchas de ataque.

Também um destacamento do Exército os cercou com três metralhadoras M-60, com a justificativa de protegerem-se, após a morte de um policial e um soldado durantes as violentas operações contra os moradores da região.

Categoria