Da Resistência à Comuna da Terra: por uma Reforma Agrária Radical

imagemVocê também pode fazer parte desta história

Fábio Ferraz – militante do PCB de Santa Catarina

Durante as jornadas de luta de 2013, Florianópolis foi reascendida pela luta por acesso a cidade, moradia e terra para produção de alimentos saudáveis, uma vez que a quase totalidade dos alimentos consumidos na ilha são produzidos fora de seu território e seu déficit habitacional beira a aproximadamente 20.000 famílias. Foi através da unidade na ação que camaradas do PCB, junto a outras organizações e militantes independentes, conseguiram consolidar a Ocupação Amarildo de Souza, em uma das regiões mais cobiçadas pela burguesia do norte da ilha da magia.

Após muita luta, em 2017, conseguimos criar o primeiro Projeto de Desenvolvimento Sustentável (PDS) para o Estado de Santa Catarina, consolidando o Assentamento Comuna Amarildo de Souza, localizado no município de Águas Mornas, a 55 km de Florianópolis. A proposta ousada de não dividir o assentamento em lotes, mantendo suas terras coletivas, e o consenso de se utilizar das ferramentas da Agroecologia na produção de alimentos saudáveis e com preços acessíveis a população, como estratégia de resistência no campo e promoção de autonomia para os pequenos produtores, tem sido bem vista por parcela da população que ainda acredita na construção de um mundo mais justo, igualitário e sustentável.

Porém, o poder público tem engessado o processo de aquisição de recursos para as famílias, deixando as mesmas à mercê da completa sorte, nos fazendo crer que esperam pela nossa desistência por omissão do poder público, como de praxe.

RESISTIREMOS. E por compreender a necessidade de andarmos pelas próprias pernas, gerando renda e soberania para as famílias assentadas, que escrevemos um pequeno projeto de produção coletiva e agroecológica, buscando criar células de consumidores conscientes na região de Florianópolis.
Entendemos que nossa nova proposta de Assentamento Coletivo passa longe da distante realidade excludente, individualista e venenista que vivemos hoje, mas é preciso dar o primeiro passo e nós, militantes sociais, temos o dever de estar lado a lado na construção de toda proposta que permita a superação da reprodução capitalista.

Por este motivo estamos fazendo uma *vakinha* para reunir R$10.00,00 (dez mil reais), valor mínimo que nos permitirá iniciar nossa própria caminhada rumo à Comuna da Terra. Se utopicamente cada um pudesse contribuir com apenas R$1,00 atingiríamos facilmente nossa meta estabelecida. PARA CONTRIBUIR basta acessar o link abaixo de nossa vakinha no facebook, o qual também contém mais informações a respeito de nosso projeto e de todo o Assentamento Comuna Amarildo de Souza:

https://www.vakinha.com.br/vaquinha/formacao-de-celula-de-consumidores-conscientes

Conclamamos a todo o conjunto da militância social que contribua na consolidação de um projeto que busca resgatar um novo olhar a respeito do uso coletivo da terra, e com isso, um novo projeto radical de reforma agrária que acabe com a lógica da propriedade privada e com o *agronegocinho*, o qual tem movido grande parte das propriedades na agricultura familiar.

Se o presente é de luta, o futuro a nós pertence!