Colômbia. ELN: Pela vida e pela Paz

imagemResumen Latinoamericano / 14 de agosto de 2018 / Isaura Ochoa

Os vínculos do presidente Duque com Uribe Vélez geram preocupação pelos antecedentes, como os encarceramentos, os chamados falsos positivos judiciais e mais de 400 líderes assassinados desde 2016.

O novo Governo sentiu a festa da resistência, em um evento histórico, pois é a primeira vez que um presidente toma posse com o povo na rua fazendo-lhe um chamado de atenção.

“Pela vida e pela paz”, a sociedade colombiana realizou em 7 de agosto 113 concentrações em 82 cidades da Colômbia; além de 60 plantões na Europa e na América.

Em Medellín, a marcha imensa se iniciou no Teatro Pablo Tobón Uribe, no chamado “bastião uribista”, com milhares de antioquenhos gritando em plena luz do dia: “Antioquia não é Uribe”.

Em Bucaramanga, professores, estudantes, trabalhadores, famílias e coletivos de mulheres se declararam em desobediência civil diante do novo Governo. O ponto de encontro foi a Universidade Industrial de Santander (UIS) e o percurso da mobilização terminou no Parque San Pío, onde um palanque esperava os marchantes e seu “carnaval de resistência”, como eles próprios chamaram, com atos culturais e discursos que dinamizaram o encontro.

Em Barrancabermeja, trabalhadores e trabalhadoras da Unión Sindical Obrera (USO), representantes de organizações do Magdalena Medio e jovens participaram da manifestação na qual exigiram garantias para a oposição e defesa da vida das lideranças e dos líderes sociais.

Após percorrer as principais ruas de Cali, muitos calenhos e calenhas realizaram uma “Culatón” para expressar que “o governo de Duque não nos representa”; do mesmo modo, vários povos indígenas chegaram à cidade para repudiar a repressão contra as comunidades e seus líderes. Também em Popayán os povos do sudoeste colombiano levantaram sua voz de resistência contra as políticas belicistas da bancada uribista.

Em Cúcuta, os povos se mobilizaram pelas ruas da cidade exigindo respeito a seus direitos e liberdades, denunciando a perseguição e assassinato de líderes sociais, além de repudiar o massacre perpetuado por encapuzados em plena luz do dia em 30 de julho passado, em El Tarra, um dos municípios mais militarizados da região.

Em Casanare, no marco da mobilização nacional pela vida e pela paz, camponeses e indígenas, representados por várias organizações sociais e defensores de direitos humanos, se pronunciaram em um ato público onde repudiaram o estigmatização e criminalização de lideranças sociais. Além disso, expuseram estar mais firmes que nunca pela defesa de seus territórios, visibilizando as problemáticas das políticas extrativistas mineral-energéticas.

Em Barranquilla, diversas organizações sociais e culturais participaram do ‘Carnaval pela Vida e pela Paz’, que ocorreu no parque do Cemitério Universal. E muito próximo, em Cartagena, no histórico Camellón de Los Mártires, se fizeram públicos os clamores pelo fim dos assassinatos sistemáticos contra os líderes sociais, o respeito à vida de toda a comunidade e pela defesa da democracia e os Acordos de Paz ameaçados pelos seguidores de Uribe Vélez.

Em Bogotá, milhares de manifestantes saíram do Parkway, da Universidade Nacional e do Sena da estrada 30 para a Praça de La Hoja, expressando seu desacordo com o regresso de Uribe à presidência; além disso, denunciaram o modelo político e econômico que representa o gabinete de Duque, a perseguição judicial e o assassinato de líderes e lideranças sociais que vem se apresentando a nível nacional.

Em nível internacional, em Buenos Aires, Argentina e no Rio de Janeiro, no Brasil, assim como em 60 cidades, grupos de pessoas realizaram vigílias para exigir das autoridades colombianas garantias que permitam proteger a vida.

Assim, Paris e Lion, na França, Berlim, na Alemanha, Genebra e Berna na Suíça, Valencia, na Espanha, e Bruxelas, na Bélgica, foram alguns lugares onde se realizaram protestos contra o novo governo da Colômbia.

Fonte: http://www.resumenlatinoamericano.org/2018/08/14/colombia-eln-por-la-vida-y-por-la-paz/

Tradução: Partido Comunista Brasileiro (PCB)