Nota do PCB de Goiás sobre as eleições estaduais
A decisão do TRE é uma completa arbitrariedade, pois não reconhece como filiados ao PCB nossos candidatos Matheus e Bruna. Assim, a Justiça Eleitoral cassa nossas candidaturas alegando que tais militantes, que atuam há vários anos no PCB, não são do Partido. O Partido apresentou várias provas desse vínculo: 1. cópia da ficha de filiação preenchida dentro do prazo legal; 2. fotografias dos dois militantes em atividades públicas, representando o partido. Todavia, o TRE não aceitou as provas, ignorando, inclusive jurisprudências e ganhos de causa de outros partidos e candidatos em situações idênticas. Cada vez mais a justiça se mostra como é: parcial, rápida e gentil, para com os partidos, candidatos e interesses da burguesia e persecutória com as organizações, partidos e candidatos da esquerda anticapitalista e anti-imperialista.
Deve-se destacar que o Golpe de 2016 instituiu no Brasil um Estado de Exceção, como forma de retirar direitos civis, políticos e sociais da classe trabalhadora e de suas organizações autônomas, de tal forma a aprovar uma legislação político-eleitoral antipopular e antidemocrática, a partir da qual os partidos tradicionais (MDB, PSDB, DEM…) concentraram e centralizaram fundos partidário e eleitoral, bem como tempo de televisão, bloqueando e restringindo tal acesso aos partidos de esquerda; instituiu um conjunto de cláusulas de barreira que encarece e burocratiza o processo eleitoral, como forma de inviabilizar todo e qualquer partido de esquerda, visto que são partidos que se autofinanciam, a partir de doação de seus militantes, e, portanto, não contam com estrutura profissionalizada e doações milionárias de candidatos afortunados e/ou empresas que o fazem via caixa-dois. Assim, os processos eleitorais tornaram-se grandes negócios, acessíveis somente às maquinas partidárias endinheiradas dos partidos tradicionais.
Ainda que a decisão do TRE pudesse ser questionada no TSE, o Comitê Regional do Partido optou pela não solicitação de recurso. Tomamos essa decisão por entender que não poderíamos ficar expostos a um quadro de indefinição até a data do julgamento da nossa apelação. Em um cenário político tão acelerado e a poucos dias do pleito eleitoral de 07 de outubro, mais do que insistir na manutenção das candidaturas, algo que poderia comprometer o desempenho do conjunto das candidaturas do PCB ao Governo, Senado e às eleições proporcionais, nossa opção foi a de fazer a substituição por outros militantes e de pronto anunciar a manutenção da Chapa do PCB ao Governo.
Os camaradas Matheus Benazzi e Bruna Venceslau, respectivamente dirigentes do PCB e da UJC, se mantêm na Coordenação Geral da Campanha, constarão como militantes destacados, em todos nossos materiais. Não será a Justiça Eleitoral que apagará a trajetória desses camaradas, tampouco o conjunto de lutas que expressam. Em seus lugares, como candidatos, assumem o camarada Bernardo Bispo, para vice-governador (militante das lutas por moradia e comunitárias em Aparecida de Goiânia) e, para Deputado Estadual, o camarada Nicolas Arantes (militante com trajetória destacada nas lutas estudantis, membro da Coordenação Nacional da UJC-União da Juventude Comunista).
Todos na campanha: em Goiás, a classe trabalhadora vota tudo 21!
Não temos tempo a perder! A luta contra o golpe, a carestia, a retirada de direitos e o avanço do fascismo exige militância e trabalho político organizativo permanente. A participação do PCB e apresentação de seu Programa pelo Poder Popular e um Goiás para os trabalhadores devem cumprir um papel importante diante da conjuntura, qual seja, aquele de se constituir como ferramenta permanente, capaz de aglutinar organizações de esquerda, sindicatos e movimentos sociais, lutadoras e lutadores que sonham e lutam por um mundo “onde sejamos socialmente iguais, humanamente diferentes e totalmente livres”.
Por isso vimos publicamente reiterar nosso apoio e participação ativa nas eleições 2018, com:
1. Marcelo Lira e Bernardo Bispo para Governador – 21;
2. Profª Magda Borges para o Senado – 210;
3. Andriele Qualhato para Deputada Federal – 2121;
4. Nicolas Arantes para Deputado Estadual – 21.021 e
5. Guilherme Boulos e Sônia Guajajara para Presidente – 50.
Daremos prosseguimento à agitação e propaganda do nosso Programa, intitulado “Construir o Poder Popular, Goiás para os Trabalhadores “, disponível na nossa sede e em nossa página virtual, e continuaremos realizando atividades nos locais de trabalho, nos bairros populares, nas escolas e universidades, pois entendemos que após as eleições devemos nos organizar para enfrentar os próximos ataques da burguesia, a exemplo da reforma da previdência. Não recuaremos na defesa da alternativa socialista, frente ao avanço da barbárie.
Goiânia, 24 de setembro de 2018.
A luta continua!
Comitê Regional do PCB em Goiás