PCV denunciou a tempo as ameaças à vida de Luis Fajardo

imagemTribuna Popular – Partido Comunista da Venezuela

Luis Fajardo, membro do Comitê Central do Partido Comunista da Venezuela (PCV), produtor agrário e dirigente camponês, de 49 anos, foi assassinado de maneira suja e covarde na noite do dia 31 de outubro, em Nova Bolívia, capital do município Tulio Febres Cordero (Mérida), junto com seu cunhado e ativista camponês Javier Aldana, militante do PCV naquela região.

Quando se dirigiam na moto para a casa de Fajardo foram alvejados por um veículo em marcha, materializando as ameaças de morte que reiteradamente receberam de funcionários militares, grandes proprietários e políticos inescrupulosos, em razão de sua luta consequente na defesa do direito de coletivos camponeses à terra e à produção.

Fajardo, oriundo de San Nicolás, localidade do município de San Genaro de Boconoíto (Portuguesa), nasceu em 10 de outubro de 1969, convertendo-se em filho adotivo do centro panamericano do estado de Mérida, onde fixou residência durante muitos anos e chegou a constituir-se num dos principais e mais reconhecidos dirigentes camponeses da zona sul do Lago de Maracaibo, desde que há quase 17 anos encabeçou o primeiro resgate de terras realizado sobre o Fundo Santa Ana, propriedade da família Belloso, integrantes da carcomida oligarquia sulista.

Nos anos mais recentes Fajardo, juntamente com 300 famílias, tem liderado uma importante luta pela tomada do Fundo Caño Rico, localizado no setor Las Veritas, paróquia Gibraltar do município Sucre (Zulia), onde se encontrava inculta e ociosa a quase totalidade de seus 522 hectares; mas as ações do movimento campesino alarmaram os grandes proprietários, os quais mantêm grande poder político e econômico na região e sobre funcionários civis e militares.

A representação do PCV e da Corrente Classista Campesina «Nicomedes Abreu» foi uma das cabeças mais visíveis e simbólicas da Marcha Campesina Admirável que partiu no dia 12 de julho de Guanare (Portuguesa) e chegou a Caracas em 1º de agosto.

Alerta ignorado

Como bem assinalou Oscar Figuera, secretário geral do PCV, após o assassinato dos líderes camponeses: «A direção nacional do PCV denunciou uma infinidade de vezes as ameaças à vida de nosso combativo camarada Fajardo, sem que as autoridades adotassem as medidas de proteção adequadas».

Nas páginas do periódico Tribuna Popular (Nº 2.996, de 14 de junho de 2018), o Birô Político do PCV «[…] expressou sua mais contundente condenação aos recentes atos de perseguição, hostilidade e agressão realizados por efetivos militares e policiais contra dirigentes campesinos, tentando desalojá-los das terras em que têm trabalhado com muito esforço há vários anos; e exigiu ao Governo nacional medidas urgentes para garantir a segurança e integridade destes líderes populares e de suas famílias.»; porém, o recente crime corrobora que as instâncias competentes do Estado venezuelano fizeram caso omisso deste chamado.

Inclusive, a direção comunista manifestou-se claramente sobre «as intenções de amedrontamento e as ameaças de morte contra o camarada Luis Fajardo, membro do Comitê Central do PCV e dirigente camponês, por parte de funcionários da Guarda Nacional (GNB) liderados pelo capitão José Villasmil Toro, comandante do Posto de Fronteira nº 32 de El Batey, município Sucre (Zulia), e o sargento ajudante Freddy Ojeda

Assim mesmo, dias depois, como consta na última edição impressa de Tribuna Popular (Nº 2.998, de 19 de julho de 2018), o Birô Político do PCV insistiu na exigência de «[…] políticas agrárias de apoio financeiro, técnico, de insumos agrícolas e na defesa aos camponeses contra a atuação impune de funcionários castrenses, de burocratas do INTI e de proprietários civis e militares; para resgatar a produção nacional».

Voltando a expor «[…] o caso de Caño Rico, no município Sucre (Zulia) ao sul do Lago de Maracaibo, onde estão coligados o diretor regional do INTI, o legislador (do PSUV) Guly Bert Antúnez, o capitão (GNB) José Villasmil Toro e o 4ª Juizado Agrário, assediando o movimento agrário e ameaçando a vida de Luis Fajardo, dirigente camponês e membro do Comitê Central do PCV