Toda a solidariedade à luta do povo sudanês!

imagemPela libertação imediata de todos os presos políticos!

Uma grande manifestação popular ocorreu no centro da capital do Sudão, Cartum, no dia 25 de dezembro.
Há vários dias ocorrem protestos populares no país, cujo estopim foi a revolta contra o processo inflacionário, em especial o aumento do preço do pão, alimento essencial para os sudaneses. As mobilizações tiveram início em Al-Gadaref, no leste do país, e se espalharam por várias regiões e cidades, transfirmando-se num amplo movimento que exige o fim do regime que se apossou do poder político em 1989.

Em Cartum, a marcha convocada inicialmente pelos sindicatos se transformou em uma grande manifestação de massa que tinha, como objetivo, apresentar um memorando de protesto ao ditador Omar Hassan Ahmad al-Bashir, no poder há quase 30 anos, após um golpe de Estado que atacou as liberdades democráticas, proibindo a ação de sindicatos, partidos políticos e outras entidades “não religiosas”. A forte presença de forças de segurança armadas em volta do Palácio Republicano impediu que esse objetivo fosse atingido.

A manifestação se espalhou para outras áreas residenciais ao redor da capital e houve enfrentamento entre os manifestantes e as forças de segurança. As forças de segurança e as milícias do regime usaram força excessiva, causando mortes, ferimentos graves e prisões. Desde o início dos protestos no país já houve a morte de quase 40 pessoas (segundo a Anistia Internacional) e mais de 80 feridos, além de terem sido presos mais de 500 manifestantes.

O Comitê Central do Partido Comunista Sudanês lançou um comunicado no dia 25, chamando a todos para a participação na marcha de protesto. Um segundo chamado, divulgado logo em seguida, pediu a unidade do povo na luta para derrubar o regime.

Uma reunião das Forças Nacionais para Consenso, a aliança da oposição, teve lugar na sede do Partido Comunista Sudanês. A reunião decidiu que a luta vai continuar até o fim. Além disso, a aliança concordou em convocar uma reunião mais ampla em que representantes dos sindicalistas democráticos, jovens, mulheres, partidos políticos e líderes patrióticos devem participar.

O Comitê Central do PC sudanês apela a todas as partes fraternas para que intensifiquem as suas iniciativas de apoio, à medida que a luta do povo atinge níveis mais elevados e exige a libertação imediata de todos os presos políticos, incluindo os camaradas Masoud Ali, Hanadi Fadl, Tariq Abdul-Majeed, o Dr. Sied Ahmed Alkhateeb e o Dr. Amal Gaberalla, todos membros do Comitê Central do PCS.

O Partido Comunista Brasileiro solidariza-se com o Partido Comunista Sudanês e com a luta do povo do Sudão contra o regime opressor de Albashir e exige a imediata libertação dos dirigentes do PCS e de todos os demais presos políticos do país.

PCB – Comissão Política Nacional
29 de dezembro de 2018