Sudão: avança a luta popular contra o regime de Albashir
Secretaria de Relações Internacionais do PCB
Mais um conjunto de ações de protesto em massa espalharam-se por todo o país no último dia 14 de março. Segundo o Partido Comunista Sudanês, foi um dia importante na marcha do povo sudanês rumo à derrubada do regime, que, recentemente, decretou “estado de emergência” e passou a governar ditatorialmente.
Nesse dia, dezenas de milhares de manifestantes pacíficos tomaram as ruas de Khartoum, Omdurman, Cartum Norte, Atbara, Alfashir, Algienena, Alobeied, Kasala, Sinar, Madeni e Berber, marcando o 85º dia da revolta popular. Os manifestantes ocuparam as principais cidades, desafiando o uso da força do aparato de segurança. “Foi uma clara resposta ao apelo das forças da aliança ‘Mudança e Liberdade’, que agrupa as principais organizações políticas e profissionais do país”, diz o Comitê Central do PCS. Foi, certamente, uma clara demonstração do elevado grau de rejeição popular ao novo governo de Albashir e que sinalizou a determinação das massas de derrotar e desafiar a imposição do estado de emergência nacional pelo regime.
O movimento obteve uma grande vitória ao conseguir a libertação de mulheres detidas na prisão de Omdurman. No entanto, seguem nas prisões de Albashir centenas de líderes políticos e ativistas, entre os quais há 16 membros do Comitê Central do PCS.
A luta popular está chegando a um estágio avançado, baseado na unidade das forças da oposição e nos esforços incansáveis do Partido Comunista Sudanês para fortalecer ainda mais a unidade de ação de todas as forças que se opõem ao regime e que continuam no caminho para a deflagração de uma greve geral massiva para “prender as mãos do regime e derrubá-lo”. No entanto, o PSC ressalta que, ao mesmo tempo em que o povo sudanês está obtendo vitórias diárias, as forças imperialistas e a reação local e regional continuam a conspirar para dividir as fileiras da oposição e deter o avanço das forças populares. Para isso, organizam reuniões fora do país, sob a capa do diálogo, com o objetivo de ampliar a base social e incluir novos segmentos que possam dar uma espécie de representatividade ao regime. É neste contexto que os governos dos EUA, Egito, Catar, Turquia e França estão aumentando seu apoio ao regime.
A orientação do Partido Comunista Sudanês é de que todas as partes fraternas redobrem as suas ações de solidariedade e exijam a libertação imediata de todos os presos políticos.