Colômbia: 128 assassinatos de ex-combatentes após Acordo de Paz

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Um bebê, filho de uma indígena Wayúu e de um ex-combatente das FARC, morreu logo depois de seus pais terem sido atacados, no último domingo em La Guajira. O diretor da Agência para a Reincorporação e Normalização da Colômbia, Andres Stapper, revelou segunda-feira, dia 15/04, que, desde a assinatura do Acordo de Paz, foram assassinados 128 ex-combatentes do até então grupo insurgente Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia – Exército do Povo (FARC-EP).

O governo implementou mais de 199 esquemas de proteção solicitados por coletivos de ex-guerrilheiros das FARC-EP, disse o funcionário. Suas declarações ocorreram após a comoção causada em diferentes setores da sociedade e, especialmente, entre os membros do agora partido Força Alternativa Revolucionária do Comum, por causa do assassinato de um bebê de sete meses de idade, filho de um ex-guerrilheiro, no último domingo. Stapper condenou o crime e assegurou que as autoridades iniciaram as investigações para encontrar os responsáveis que causaram a morte do menor ao disparar contra seus pais no departamento La Guajira.

Segundo relatos de parentes, a criança teria sido um dos “bebês da paz”, porque ele nasceu no Espaço Territorial de Capacitação e Reincorporação Tierra Grata, em Cesar. Líderes do partido das FARC e organizações de direitos humanos falaram na segunda-feira sobre o assassinato e exigiram garantias do governo para aqueles que depuseram suas armas e se comprometeram com a paz e a reconciliação na Colômbia.

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A área conhecida como “Monte Lara” tem território na Colômbia e na Venezuela e é habitada por comunidades Wayu. Seus arredores têm sido palco de confrontos entre diferentes grupos que, fora da lei, movimentam o contrabando de combustíveis e alimentos provenientes da Venezuela.

Em 24 de novembro de 2016, em Bogotá, concluíram-se as negociações de paz entre o governo colombiano chefiado pelo ex-presidente Juan Manuel Santos e as FARC. Anteriormente, esses diálogos ocorreram em Oslo e Havana. Mais tarde, foi obtida a assinatura do Acordo para a Cessação Definitiva do Conflito na capital colombiana.

Um dos desafios de Iván Duque, ao assumir a presidência, era lidar com os Acordos de Paz. A Fundação Ideias para a Paz (FIP), por meio de um informe publicado no final de 2018, intitulado “Garantias de Segurança”, afirmou que “em termos gerais, a implementação de garantias de segurança não conseguiu conter a violência ou as ameaças contra atores-chave do processo de paz. Pelo contrário, o que encontramos nas regiões é a deterioração das condições de segurança e a incerteza quanto à capacidade de resposta do Estado “.

Tradução: Partido Comunista Brasileiro (PCB)

Fonte: http://www.resumenlatinoamericano.org/2019/04/16/colombia-farc-denuncia-128-asesinatos-de-excombatientes-tras-acuerdo-de-paz/

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