Cuba: onde a educação é um baluarte

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A escola José María Heredia, em Havana, foi palco da cerimônia nacional de abertura do ano letivo, em que estarão envolvidos mais de 10 mil instituições, 160 mil professores e um milhão e 700 mil estudantes.

A alegria, a certeza de um novo período letivo «superior» e o compromisso dos estudantes, professores e trabalhadores marcaram o início do novo ano na escola José María Heredia, no município de Diez de Octubre, em Havana, que acolheu, na última segunda-feira, o ato nacional da abertura.

Na cerimônia, em que estiveram representantes do Partido Comunista de Cuba, o secretário-geral da Central dos Trabalhadores de Cuba, Ulises Guilarte de Nacimiento, e os ministros da Educação, Ena Elsa Velázquez, e Indústria, Alfredo López Valdés, a diretora da Educação na província de Havana, Yoania Falcón Suárez, defendeu que o ano letivo que se inicia deve mostrar avanços nos indicadores que são expressão da qualidade da educação.

Para tal, disse, devem ser feitos mais esforços no sentido de solucionar os problemas não resolvidos. «A educação, na sua máxima expressão, destina-se à formação de melhores seres humanos, de cidadãos com valores éticos e morais», frisou, citada pelo diário Granma.

Falcón agradeceu a todos aqueles que, nos meses de verão, colaboraram na reparação e manutenção dos estabelecimentos ensino, bem como na elaboração dos uniformes escolares e da confecção do material docente.

Mais de 1.700.000 estudantes
De acordo com os dados divulgados pelo Ministério cubano da Educação (Mined), mais de um milhão e 700 mil estudantes cubanos iniciaram o ano letivo 2019-2020, um número ligeiramente superior ao do ano anterior.

Ainda segundo o Mined, mais de 160 mil professores estarão dando aulas. Para a ministra da tutela, o ano letivo começa «com condições, uma vez que estão garantidos todos os recursos essenciais no país», refere o portal periodico26.cu.

Novos desafios para uma universidade de excelência
O início do ano letivo «traz perspectivas renovadas» à Universidade de Camagüey, uma instituição de ensino «com notáveis contribuições científicas, vitais para a economia do país e o desenvolvimento da sociedade cubana», informa a Prensa Latina.

A maior ilha das Antilhas, que faz da educação um dos seus baluartes, coloca especial ênfase na integração dos cursos pedagógicos no nível de ensino superior. A Universidade de Camagüey, com mais de 15 mil estudantes matriculados, contribui para essa área, dando também prioridade, entre os seus projetos, à questão da informatização.

Considerada uma instituição de excelência, a Universidade de Camagüey constitui uma referência no âmbito da investigação e exemplo disso são os protocolos recentes firmados com a Universidade de Hebei (China) para liderar a criação de um Instituto de Inteligência Artificial em 2020.

Com 53 cursos e tendo formado mais de 1.500 estudantes de diversos países, esta instituição da região central de Cuba é também uma referência ao nível da América Latina, uma vez que celebrou múltiplos convênios de colaboração com países como o México, a República Dominicana e o Peru.

Cuba continua a investir e a liderar na Educação
O direito ao ensino em todos os níveis é uma das grandes conquistas de Cuba. Com o alto investimento realizado no setor (13% do PIB), o seu desenvolvimento e qualidade são reconhecidos em nível internacional.

Pese embora as limitações decorrentes do bloqueio econômico, financeiro e comercial imposto pelos Estados Unidos, a Ilha cumpre grande parte das metas propostas no ponto 2 (referente à Educação) dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, estabelecidos pelas Nações Unidas, salienta a agência Prensa Latina.

De acordo com diversos relatórios da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco, na sigla em inglês), Cuba é o país da América Latina com o maior índice de desenvolvimento na Educação e o único que cumpre os objetivos globais do programa Educação para Todos (EPT), estabelecido por este organismo no ano 2000.

Cuba consagra a este setor 13% do Produto Interno Bruto (PIB). No ano de 2017, os gastos em Educação foram superiores a 280 milhões de euros (equivalendo a 23% da despesa orçamental) e destinaram-se à formação de professores e ao funcionamento das escolas nos diversos níveis de ensino, revela a Prensa Latina.

Direito inalienável de todos
A Educação surge na Constituição cubana como um direito inalienável de todos os cidadãos, constituindo uma das prioridades do Estado.

O ensino universitário, os programas de prevenção da delinquência, a educação sexual responsável, a formação de valores e a questão do gênero assumem um lugar de destaque no programa de ensino cubano.

A Prensa Latina salienta ainda a importância dada à educação especial, de forma «a potenciar o desenvolvimento integral de pessoas com necessidades específicas», bem como o papel que assumem as escolas de arte, educação física e desporto: «encarados como um direito do povo (…), estes centros estimulam a formação de profissionais e instrutores nas respectivas áreas, e contribuem para potenciar o futuro das artes e do desporto em Cuba».

Em Cuba, as crianças têm os seus direitos garantidos pela Constituição e pelas políticas públicas levadas a efeito. Créditos: juventudrebelde.cu

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