Entrevista com Mercedes Lima, dirigente nacional do PCB

imagemO Programa Lugar de Mulher entrevistou a querida camarada do Comitê Central do PCB, nossa incansável militante, feminista e roqueira, Mercedes Lima. Mercedes é advogada, professora universitária de Direito, diretora do Sindicato dos Advogados de São Paulo e dirigente do Coletivo Feminista Classista Ana Montenegro.

Na entrevista, Mercedes começa falando de sua infância numa família de nove mulheres em casa: ela, a mãe e sete irmãs, além do irmão e do pai, num bairro operário de São Paulo, berço do ABC metalúrgico, da célula do PCB na Volkswagen, local que abriga a Nenê de Vila Matilde e a Associação de Moradores com sua famosa casa de Rock, na Zona Leste da Cidade.Quando tinha entre 14 e 15 anos, começou a se incomodar com a visão do trem que passava apinhado de gente, o que lhe despertou a indignação contra aquela condição de vida degradante, que obrigava trabalhadores e trabalhadoras a sair de casa às 4 horas da manhã, enfrentando um transporte superlotado para trabalhar.

Outra situação que ajudou a despertar nela uma visão crítica da realidade foi a associação de moradores, para onde a juventude pobre se dirigia a fim de participar dos bailes, dançar rock’n roll e ouvir música. Com o golpe de 1964, a sede da associação, que era dirigida por três ferroviários comunistas, foi fechada pela repressão. O pai, funcionário público natural de Salvador (Bahia), muito culto, estimulou seus estudos, sempre na escola pública, e também contribuiu para sua tomada de consciência.

Depois, Mercedes entrou em contato com uma turma do PCB que estava participando de um curso de formação no bairro da Vila Esperança, no Tatuapé. Após 1968, cursando Direito na USP, vivenciou as agruras da ditadura em seu período mais aterrorizante, quando já estava militando na UJC. Optou pela atuação no movimento feminista e junto ao operariado de Osasco, nos anos em que estouraram as greves contra o arrocho salarial e a opressão do regime, assim como as mobilizações que resultaram na tomada da universidade pelos estudantes.

Rebelou-se contra o machismo que imperava na maior Faculdade de Direito da América Latina, contra a legislação brasileira, que era profundamente desrespeitosa para com as mulheres e permitia que os homens cometessem violências e até matassem “em nome da honra”. E participou ativamente dos atos de comemoração do 8 de Março, Dia Internacional da Mulher, e dos diversos movimentos em defesa dos direitos das mulheres e da classe trabalhadora.

Esta foi a primeira parte do programa que contou com a participação de Mercedes. Em breve será divulgada a segunda parte.

“Lugar de Mulher é programa de entrevista com mulheres comunistas, militantes,e trabalhadoras, produzido pela Secretaria Nacional de Mulheres do PCB.

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Assista a entrevista em: https://www.facebook.com/lugardemulherpcb/videos/376605616614253/

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