Brasil: a matemática do genocídio

imagemPor Carlos Arthur Newlands (Boné)*

PANDEMIA COVID 19 E IMUNIZAÇÃO DE REBANHO: A EXPERIÊNCIA HISTÓRICA E A MATEMÁTICA DO GENOCÍDIO

Por trás da aparente loucura do comportamento negacionista do Presidente Bolsonaro quanto à gravidade da pandemia de Covid 19, há uma lógica eugenista e genocida absolutamente coerente. Mais de uma vez, porta-vozes do fascismo bolsonarista – e agora, com o “auxílio luxuoso” do ultraliberal assassino social Paulo Guedes – propõem a liberação total da circulação de pessoas e a abertura total dos negócios; Guedes chega a defender publicamente o “direito do cidadão circular e se infectar”, desprezando o fato de que cada pessoa infectada pelo vírus contamina em média outras duas, e assim sucessivamente, caracterizando o crescimento exponencial da contaminação.

No fundo, o que esses genocidas defendem é a estratégia denominada de “imunização de rebanho”. Explicando resumidamente, por essa estratégia quando mais de metade da população estiver infectada a transmissão decai exponencialmente, pois a maioria das pessoas estará imunizada.

O Brasil já teve uma experiência histórica de “enfrentamento” de pandemia por imunização de rebanho: a epidemia de gripe espanhola no Rio de janeiro em 1918. É necessário destacar, porém, que não foi uma “estratégia deliberada”: foi a imposição da realidade frente a uma cidade insalubre, numa época em que o Brasil nem tinha Ministério da Saúde muito menos serviço de saúde pública desenvolvido e que não se conhecia sequenciamento de DNA nem testes de infecção viral.

Entretanto, esse é o exemplo que a extrema-direita bolsonarista agora quer tentar copiar. A última fake new da direita genocida mostra uma foto de gente aglomerada de máscaras em um estádio de futebol, supostamente no Rio durante a pandemia de gripe espanhola de 1918, sugerindo que, se não teve isolamento social naquela época, também não deveria ter agora.

O que eles não assumem é a consequência da quantidade de mortes dessa estratégia. Apenas uma simples conta desmascara a mentira genocida desse bando de nazistas.

No surto de gripe espanhola em 1918 no Rio foram 14.350 mortes em 3 meses para uma população à época de 910 mil pessoas – ou seja, 1,58% da população faleceu. Numa regra de três simples, se repetíssemos aquele padrão percentual nos dias de hoje, com a população atual no Rio estimada em 6 milhões e setecentos mil habitantes, teríamos só na cidade do Rio em três meses mais de 105 mil óbitos; se projetarmos a mesma percentagem para a população brasileira, isso resulta em 3 MILHÕES DE MORTES.

Como eles são canalhas mas não são ignorantes em matemática, a conclusão é que esse é o tamanho da mortandade que esses nazistas genocidas estão propondo. A lógica hedionda por trás dessa aparente loucura é nada mais, nada menos, do que a EUGENIA tipicamente NAZISTA: “os fortes sobreviverão; os fracos que morram”. Para os “fortes”, “é só uma gripezinha”; para os fracos, a morte – “e daí?”

A adesão pública e explícita do ultraliberal Guedes e da “ala militar” a essa política genocida sepulta todas as expectativas de uma saída tranquila, suave e negociada desse bando de sacripantas do governo. É necessário unir os trabalhadores, a esquerda e todos os progressistas e democratas num amplo movimento que arranque a anulação das eleições fraudadas de 2018 (consigna que, depois da “bomba atômica” das revelações de Paulo Marinho, passou a ser defendida até por setores da direita) e a deposição desta corja de genocidas e vende-pátrias.

FORA BOLSONARO E MOURÃO!
PELO PODER POPULAR!

*Secretário de Agitação e Propaganda do Comitê Regional do PCB-RJ

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