Fora Zema! Unidade na luta pela reforma agrária!

imagemComissão Política Nacional do PCB

O Partido Comunista Brasileiro (PCB) manifesta seu total repúdio às autoridades judiciais e ao Governador de Minas Gerais, Romeu Zema, pelo desfecho da truculenta operação militar promovida contra os trabalhadores rurais em Campo do Meio. Reforçamos a necessidade de lutar contra este governo ultraliberal e reacionário e conclamamos todas as forças progressistas a intensificar a campanha popular: FORA ZEMA!
Saudamos a resistência empreendida pelo Movimento dos/as Trabalhadores/as Rurais Sem Terra (MST) e a solidariedade manifestada por diversos setores dos movimentos sociais e populares e pelos partidos de esquerda. Compreendemos que a unidade na luta pela Reforma Agrária se torna cada vez mais cada vez mais urgente e necessária.

Mesmo em tempos de pandemia os capitalistas e seus representantes nos poderes executivos e judiciário do Estado Burguês não pouparam esforços para atacar o povo trabalhador. O Estado Brasileiro, vinculado historicamente aos interesses dos latifundiários, sempre se utiliza da força repressiva para lidar com as questões sociais no campo.

Apesar da resistência e de muita luta dos/as agricultores do Acampamento Quilombo Campo Grande, em Campo do Meio no Sul de Minas, a Polícia Militar de Minas Gerais, autorizada pelo Governador Zema, desapropriou parte da área queimando plantações, desmontando a escola do acampamento e destruindo casas.

O Acampamento Quilombo Campo Grande se localiza na antiga Usina Ariadnópolis em Campo do Meio, Sul de Minas Gerais. As terras, com aproximadamente 4.000 hectares, da antiga Usina Ariadnópolis, eram de propriedade da Companhia Agropecuária Irmãos Azevedo (CAPIA), destinadas à monocultura da cana-de-açúcar para a produção de álcool. Com o fechamento da Usina nos anos 1990, houve um completo abandono da área, e os/as trabalhadores/as foram demitidos, não tendo seus direitos respeitados.

No final da década de noventa, trabalhadores/as da própria USINA, seus familiares e outras famílias, lideradas pelo MST, iniciaram a ocupação da área construindo o Quilombo Campo Grande. Mais de 450 famílias organizaram o Acampamento Campo Grande, ergueram suas casas, criaram a Escola Eduardo Galeano e cuidaram de suas plantações.

As famílias acampadas produziam alimentos saudáveis para seu próprio consumo, além de mais de 2 milhões de pés de café, que geravam em média 15 mil sacas por ano. No acampamento também eram produzidas, anualmente, em torno de 55 mil sacas de milho, ao que se soma a produção de hortaliças e criação de gado, que eram comercializadas na região Sul, bem como em outras regiões do Estado de Minas Gerais.

O Comando da Polícia Militar de Minas Gerais, desde 12 de agosto, mobilizou cerca de 300 policiais do Batalhão de Choque, que, utilizando dezenas de viaturas, CAVEIRÃO, helicóptero e bomba de gás lacrimogêneo, atacaram de maneira brutal e covarde o acampamento, reprimindo violentamente seus ocupantes.

O PCB, através de sua Corrente Sindical UNIDADE CLASSISTA, se solidariza com os/as trabalhadores/as e atua na perspectiva de fortalecer os Sindicatos dos/as Trabalhadores/as Rurais, para avançar na reorganização da classe trabalhadora do campo em sua luta pela Reforma Agrária.

FORA ZEMA!

Contra a criminalização dos movimentos populares!

Retomar a luta pela Reforma Agrária em Minas Gerais e no Brasil!