Farsa midiática montada contra Cuba

imagemCréditosJorge Luis González / Granma

AbrilAbril

«Aqueles que conceberam a farsa de San Isidro enganaram-se no país, enganaram-se na história e enganaram-se nas forças policiais», afirmou o presidente da República de Cuba, Miguel Díaz-Canel.

Recorrendo à sua conta oficial de Twitter, o presidente cubano afirmou este domingo que a Ilha não admite «ingerências, provocações ou manipulações». «O nosso povo tem toda a coragem e moral para travar a luta por Cuba», escreveu.

Díaz-Canel disse ainda que «há um grupo empenhado em fazer mal ao país, fazendo tudo para que este ano, marcado pela pandemia e os mil apertos do bloqueio, acabe mal para Cuba». Sublinhou, no entanto, que esses nada conseguirão face à «desafiante resistência cubana».

Numa nota de imprensa emitida no sábado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros do país caribenho deixa claro aos Estados Unidos da América que não lhe irá permitir ingerências nos seus assuntos internos.

Ao partilhar no Twitter um texto do diário Granma sobre essa nota, Díaz-Canel afirmou que «essa será sempre a resposta perante os planos perversos contra a Ilha» e sublinhou que «não são invenção nenhuma as ligações e a sintonia do chamado Movimento San Isidro com funcionários do governo dos Estados Unidos, encarregados dos cuidados e do abastecimento da sua base operacional em Cuba».

Um «pretexto» e um «movimento» como designação
O chamado Movimento San Isidro, em Havana, mantinha um protesto para exigir ao governo cubano a libertação de Denis Solís, condenado a oito meses de privação de liberdade por «desacato às autoridades», informa a Prensa Latina.

A mesma fonte revela que diversos intelectuais cubanos defendem que se trata de um «pretexto», de uma «notícia em construção nas redes sociais e que visa manipular emoções e criar um ambiente de desestabilização em Cuba».

Solís, que o dito Movimento San Isidro quer libertar e que aparece nas redes sociais como um «artista censurado», afirmou manter ligações a pessoas que financiam ações violentas contra Cuba, como Jorge Luis Fernández, que prometeu pagar-lhe 200 dólares se cumprisse as suas instruções – e as autoridades cubanas apresentaram provas videográficas destas declarações. [Reportagem mais ampla de Canal Caribe aqui.]

Em declarações à TV cubana, o intelectual Enrique Ubieta disse que a designação «movimento» é uma necessidade destes meios para passarem a ideia de que existe algo estruturado e para criar uma perspectiva política.

Pleno conhecimento da ingerência norte-americana
No sábado, o responsável da diplomacia cubana pelos EUA, Carlos Fernández de Cossío, chamou o encarregado de negócios desse país em Cuba, Timothy Zúñiga-Brown, para lhe comunicar que a Ilha não admite ingerências nos assuntos internos nem aos EUA, nem a qualquer outro Estado.

O diplomata cubano apontou a Zúñiga-Brown «graves violações» no exercício das funções como diplomata e chefe de missão, uma vez que se deslocou em várias ocasiões a San Isidro, na capital cubana, onde a sua missão diplomática «sabia que estava a decorrer um evento de provocação política e social», e se pôs à disposição «para transportar pessoalmente e apoiar quem estava violando as normas sanitárias de protecção contra a pandemia de Covid-19», refere uma nota do Ministério dos Negócios Estrangeiros.

Fernández de Cossío disse ao encarregado de negócios norte-americano que a Ilha «tem pleno conhecimento do envolvimento da administração dos Estados Unidos no financiamento, na orientação e no incitamento a grupos e indivíduos em Cuba para que desafiem a autoridade do governo, tanto por vias pacíficas como por vias violentas», lê-se ainda no texto.

O país caribenho tem «cabal conhecimento da trajetória do governo dos Estados Unidos na derrubada de governos legítimos, na execução ou promoção de golpes de Estado, no fomento da instabilidade social à custa de mortes e sofrimento», sublinha a nota.

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