Mil dias sem respostas: justiça para Marielle e Anderson!

imagemFoto: @olivenrai (no Instagram)

União da Juventude Comunista – UJC Brasil

É inadmissível que, passados mil dias do assassinato da combativa militante das causas populares, Marielle Franco, e de seu assessor, Anderson Gomes, nada tenha se avançado na descoberta dos mandantes do crime.

Para além da solução judicial, entendemos ser necessária a retomada da mobilização popular para continuar pressionando as autoridades a ir fundo nas investigações e apontar os mandantes desta bárbara execução política.

A impunidade dos mandantes desse crime hediondo é a mesma que protege aqueles que, estimulados por mandatários como Jair Bolsonaro e o Governador afastado do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, promovem a criminalização e a violência repressora do Estado contra as comunidades proletárias e o povo trabalhador, aprofundando uma política de extermínio travestida de plano de segurança pública.

Associada aos ataques sistemáticos aos direitos políticos, sociais e econômicos da classe trabalhadora e dos setores populares, trata-se de uma ação conjugada para favorecer apenas os interesses dos monopólios capitalistas, com o beneplácito de seus submissos representantes nos poderes executivo, legislativo e judiciário.

Somente a luta organizada dos trabalhadores e trabalhadoras e a retomada das grandes mobilizações nas ruas será capaz de dar fim aos retrocessos e preparar a contraofensiva popular.

MARIELLE E ANDERSON, PRESENTES!
BASTA DE MASSACRES CONTRA O POVO TRABALHADOR!
PELA CONSTRUÇÃO DO PODER POPULAR NO RUMO DO SOCIALISMO!

A luta de Marielle não será em vão!

FUNDAÇÃO DINARCO REIS

AGENDA 2021 – “NEGRAS E NEGROS EM LUTA: CULTURA, ANTIRRACISMO E CLASSE”

O brutal e covarde assassinato da vereadora Marielle Franco, do PSOL-RJ em 14 de março de 2018, quando também foi executado Anderson Gomes, não foi um crime comum, mas sim um crime político que teve alvos claros. A 5ª vereadora mais votada no Rio de Janeiro nas eleições de 2016 com 46.502 votos, foi executada pelo que simbolizava: mulher negra de origem popular, que se propôs a representar os moradores dos bairros populares, os trabalhadores, os desempregados, as pessoas LGBTs, as mulheres, os negros, jovens e proletários, os primeiros destinatários do recado dado pelas balas, com a clara mensagem de que deveriam se manter calados.

A luta de Marielle representava uma ameaça ao poder instalado das milícias nas comunidades pobres da cidade, organizações nascidas de esquemas de segurança privada montados nos bairros, para a “proteção” de seus moradores, e que se transformaram em máfias controladoras da comercialização de mercadorias e serviços ilegais, exercendo o domínio político dos territórios onde atuam e mantendo inegáveis laços com grupos políticos pertencentes aos partidos burgueses.

O assassinato de Marielle é um crime intolerável e seus responsáveis devem ser identificados e presos. Mas isso não basta. Há que buscar uma série de medidas e ações estruturais de diferentes ordens na esfera da segurança pública.

Como pano de fundo e base para a proliferação de todo este quadro estão a enorme desigualdade social presente no Brasil e no Rio de Janeiro em particular, e a ausência do Estado no atendimento às necessidades básicas da população. A não legalização das drogas também contribui para esse contexto de extrema violência. Sabe-se que morre muito mais gente pelo combate às drogas do que pelo seu uso. A ilegalidade alimenta os grupos criminosos e o comércio de armas, que serve a interesses de grandes grupos capitalistas.

A impunidade dos mandantes desse crime hediondo é a mesma que protege aqueles que, estimulados pelos governos que promovem a criminalização e a violência repressora do Estado contra as comunidades proletárias e o povo trabalhador, aprofundando uma política de extermínio travestida de plano de segurança pública. Associada aos ataques sistemáticos aos direitos políticos, sociais e econômicos da classe trabalhadora e dos setores populares, trata-se de uma ação conjugada para favorecer apenas os interesses dos monopólios capitalistas, com o beneplácito de seus submissos representantes nos poderes executivo, legislativo e judiciário.

Marielle se agigantou, se tornou símbolo de força e luta nacional e internacional. O dia 14 de março é uma data de resistência e combate ao sistema capitalista que submete e oprime as mulheres, as LGBTs, o povo negro, trabalhadores e trabalhadoras, desempregados e precarizados… A memória de Marielle nos inspira a prosseguir lutando!

Categoria
Tag