Em defesa dos estudantes das universidades e da vida!

imagemNota política do Movimento por uma Universidade Popular (MUP)

O ano de 2020 foi repleto de desafios para os estudantes, que, além de lidar com os efeitos de uma pandemia que faz milhares de mortos por semana, precisam enfrentar os ataques direcionados pelo Ministério da Educação de Bolsonaro e Mourão.

Nos últimos meses vimos o presidente genocida intervir em várias universidades e institutos federais por todo o país, buscando com isso silenciar estudantes e professores que lutam contra sua agenda liberal de desmonte e sucateamento da universidade, e aprovar por fora dos espaços de deliberação da universidade sua política criminosa.

Com o estabelecimento do ensino remoto combinado à desigualdade no acesso às tecnologias da informação, o corte de bolsas, a falta de estrutura para acompanhar as aulas e a precarização do conteúdo e da metodologia provocada, tivemos um verdadeiro boom na evasão acadêmica, impedindo milhares de jovens de dar continuidade a sua formação.

As instituições de ensino superior privadas, pioneiras na implementação do ensino remoto sem diálogo mínimo com os estudantes, seguem enchendo seus bolsos enquanto os jovens ficam endividados, evadem, são submetidos à mais profunda precarização do ensino e os professores, além de serem demitidos em massa, experimentam uma condição de exploração do trabalho cada dia mais profunda em função da sobrecarga.

Cada dia se torna mais evidente que os principais alvos dos ataques de Bolsonaro, Mourão, Guedes e Milton Ribeiro com suas ações no campo da educação são os jovens pobres, trabalhadores, periféricos, negros, indigenas, LGBTs e oriundos de escola pública. Estes que são mais afetados pelos cortes orçamentários das IES e a total ausência de assistência estudantil nas políticas de ensino remoto. Aqueles por quem esse governo nunca escondeu seu ódio.

Além disso, com o país numa onda crescente de novos casos da Covid-19, o ministro da educação, Milton Ribeiro, protagonizou na última semana mais um ataque covarde aos jovens estudantes autorizando a retomada de atividades presenciais nas instituições de ensino superior já em Janeiro, sem levar em consideração o alerta dos órgãos de saúde sobre uma nova onda de contaminação e na ausência de qualquer perspectiva da disponibilização de vacinas para os brasileiros diante da disputa travada por Bolsonaro contra a ciência e o combate à pandemia.

Mesmo após a repercussão negativa da portaria e sua revogação, Ribeiro flexibiliza sua agenda, mas não abre mão de uma retomada das atividades ignorando as necessidades dos estudantes e trabalhadores da educação e estipula nova data ignorando questões sanitárias, estruturais e financeiras.

É importante demarcar que o mesmo ministro que quer a retomada das aulas presenciais durante a pandemia desde já anuncia cortes exorbitantes no orçamento da educação para o próximo ano, o que dentre outras coisas impede qualquer iniciativa de investimento em estrutura para que as universidades garantam requisitos básicos de segurança para estudantes e funcionários.

Nesse sentido, nós do Movimento por uma Universidade Popular, entendemos que é chegada a hora do movimento estudantil organizado dar uma resposta à altura dos ataques sofridos.Convidamos todos os estudantes e entidades para construir as atividades de mobilização previstas para o mês de dezembro, vamos ocupar as ruas e universidades em atos simbólicos e atividades por todo o país e fortalecer toda e qualquer movimentação contrária ao desmonte da educação pública e a precarização das IES!

Pelo respeito à autonomia universitária!
Contra os cortes na Educação!
A vida acima dos lucros!

Fora Bolsonaro, Mourão e seus aliados!

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