Pela Estatização dos Transportes!

imagemNota Política do PCB/RJ

Pelo pagamento dos salários dos trabalhadores do BRT!

O sistema BRT não entrou em operação no início da semana, no Rio de Janeiro, por conta do movimento de seus trabalhadores, em luta pelo pagamento dos salários, que está atrasado. O não funcionamento do sistema deixou sem transporte milhares de trabalhadores, os quais tiveram que buscar transporte alternativo em vans ou tentar o deslocamento nas linhas de ônibus ordinárias. O sistema transporta cerca de 170 mil passageiros por dia.

O BRT vem funcionando precariamente já faz tempo, com muitos veículos paralisados ou mesmo sucateados, sem manutenção, gerando a redução da frota, a superlotação e o descumprimento dos horários. O ex-prefeito Crivella chegou a intervir no sistema de forma desastrada e incompetente e não resolveu os seus problemas.

O sistema, gerido por um consórcio de empresas privadas, foi elaborado e implementado com muitos problemas e limitações, com o piso das pistas inadequado e estações mal projetadas. Foi criado em meio às iniciativas de “modernização” da cidade, no contexto de sua preparação para a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2012.

Assim como acontece com as linhas de ônibus, há pouca transparência quanto aos custos e receitas do sistema, e a sua precarização é uma forma de aumentar os gordos lucros dos empresários do setor, assim como os baixos salários pagos. Os empresários do BRT, tal qual os do sistema de ônibus, alegam que é necessário aumentar os preços das passagens para poder fazer frente aos custos, incluindo-se os salários dos trabalhadores e exigem subsídios.

Ainda que tenha havido uma melhora no sistema de ônibus, com a maior racionalização das linhas e a implementação do bilhete único, o sistema tem passagens caras e é muito inferior à capacidade e ao potencial dos modos ferroviário – trens, metrô, pré-metrô, VLT – e aquaviário – barcas, que são meios de transporte de massa, que podem transportar muito mais passageiros a custos significativamente mais baixos. Os empresários do transporte rodoviário exercem muita pressão política – inclusive por meios ilegais, não custa lembrar que ex-dirigentes da Fetranspor tenham sido presos – para que esses sistemas não se desenvolvam e os veem como concorrentes.

O momento exige que o sistema de transportes seja repensado, redimensionado e reestruturado para atender, da melhor forma possível, à sua clientela: a classe trabalhadora, que segue se submetendo a condições precárias e a passagens caras para ir ao trabalho e voltar para suas casas para o merecido descanso.

O sistema de transportes, como um todo, deve ser estatizado, começando pela imediata encampação do BRT, para que as passagens possam ter seus preços imediatamente reduzidos e para que o sistema possa ser recuperado para operar em boas condições. A estatização permitirá a retomada da expansão do modos aquaviário e ferroviário, de forma integrada, e o atendimento aos passageiros com necessidades especiais e o cumprimento dos horários diurnos e noturnos.

O PCB apoia integralmente as reivindicações dos trabalhadores do BRT e conclama todos os usuários do sistema de transportes, a todos os trabalhadores a lutar pela estatização do sistema, sob controle da população.

Pelo imediato atendimento das reivindicações dos trabalhadores do BRT!
Pela estatização do sistema de transportes sob controle da população!
Pelo poder popular!

Partido Comunista Brasileiro –
Comissão Política Regional