Capitalismo e feminismo não podem coexistir

imagemColetivo Feminista Classista Ana Montenegro de Porto Alegre – RS

O modelo feminista dominante na conjuntura atual é o feminismo liberal, o qual prega o empoderamento individual das mulheres, esse aliado a uma posição de poder e sucesso no mercado de trabalho.

Segundo o pensamento hegemônico, bastaria as mulheres conseguirem um bom emprego, exercerem seus direitos de voto, não serem propriedades dos seus maridos e amparadas por algumas leis e normas contra a discriminação.

É evidente a importância de tais conquistas, porém, não podemos deixar de observar que o longo processo para alcançá-las envolveu intensa luta socialista com muitas derrotas e perseguições.

Além disso, não se pode deixar de lado o fato de que a luta feminista não é tão somente uma luta de gênero, mas também uma luta racial e de classes. Trata-se de lutar e criar igualdade e uma vida boa para todos, independentemente de sexo, gênero, raça, etnia, educação, renda, religião ou onde morem. Tais objetivos não podemos atingir dentro do capitalismo, pois este sistema não visa melhorar vidas e sim melhorar os lucros. O capitalismo precisou e sempre irá precisar de desigualdades para sobreviver a crises cíclicas. Como sistema histórico, o sexismo e o racismo têm sido uma parte central das estratégias de acumulação no capitalismo.

É inviável portanto que todas as mulheres tenham, portanto, um trabalho digno, um salário justo, um sistema de saúde gratuito e eficaz, alimentos em todas as refeições dentro de um sistema que se apoia em lucro, desigualdades e pequenas reformas.

O enfrentamento ao patriarcado na ideia feminista liberal, se dá de forma não coletiva, se contentando com as pequenas migalhas ofereceidas pelo Estado, sem romper com a principal estrutura que o retroalimenta – o sistema capitalista. Só um projeto coletivo, enraizado na solidariedade e na cooperação, e organizado em torno do princípio de retomar nosso planeta das corporações gananciosas, nos oferecerá uma chance de luta para alterar nossa trajetória atual.

FEMINISMO CLASSISTA
FUTURO SOCIALISTA!

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