Centenas de milhares ocupam as ruas do Brasil!

imagemFoto: PCB da Bahia

Jornal O Poder Popular

De norte a sul, no Brasil inteiro, a militância do Partido Comunista Brasileiro (PCB) e de seus coletivos de luta se fez presente, nas grandes manifestações que tomaram as ruas das principais cidades brasileiras, para exigir a saída do governo genocida de Bolsonaro, Mourão e Guedes, em defesa da vida, dos direitos da classe trabalhadora, contra os ataques do capital, as privatizações, a entrega do patrimônio público, a destruição ambiental, o massacre da juventude negra periférica, a matança dos povos indígenas, a violência contra as mulheres e as LGBTQI+. Durante todo o dia 29 de maio, verificou-se nas ruas a presença plural do povo brasileiro, com estudantes, militantes de movimentos populares, do movimento sindical, partidos políticos de esquerda, movimentos feministas e de gênero, coletivos negros e inúmeras organizações de luta.

Foram centenas de milhares em todo o país, participando das manifestações ocorridas em mais de 200 cidades brasileiras, no maior protesto popular em meio à pandemia. Onde quer que tenha havido ato de rua neste sábado, lá estavam as faixas e as bandeiras do PCB, cuja militância participou de forma organizada, usando máscaras e mantendo o distanciamento seguro entre os manifestantes. Destacou-se a participação da União da Juventude Comunista (UJC), Unidade Classista (UC), Coletivo Feminista Classista Ana Montenegro (CFCAM), Coletivo Negro Minervino de Oliveira (CNMO) e Coletivo LGBT Comunista. As colunas, charangas, baterias e blocos formados pelos comunistas juntaram-se às fileiras de manifestantes das organizações da esquerda socialista, dos sindicatos de trabalhadores e trabalhadoras e da variada gama de movimentos sociais.

Somente no Recife a Polícia Militar reprimiu com bárbara e injustificável violência a manifestação que, a exemplo do que ocorreu em todo o Brasil, acontecia de forma pacífica. O Governador Paulo Câmara (PSB) e a vice-governadora Luciana Santos (PCdoB) emitiram comunicados segundo os quais a PM de Pernambuco agiu à revelia do governo, o que precisa ser devidamente esclarecido. Exigimos a punição dos culpados e que o Estado de Pernambuco assuma toda sua responsabilidade no ocorrido.

Fora Bolsonaro, Mourão e Guedes! Abaixo o capitalismo!

A crise sanitária da Covid-19 aprofundou a crise sistêmica do capitalismo. No Brasil, além de uma campanha de vacinação que anda a passos de tartaruga, o povo trabalhador tem que lidar com o crescimento avassalador do desemprego, com o aumento do preço dos combustíveis, do gás de cozinha, dos alimentos da cesta básica, com o pacote de privatizações, com um auxílio emergencial vergonhoso e com a contrarreforma administrativa, que pretende destruir mais direitos trabalhistas e acelerar a privatização dos serviços públicos. A fome e a miséria crescem de forma alarmante, atingindo principalmente as mulheres, as negras e os negros, os indígenas e quilombolas, que são histórica e estruturalmente os que mais sofrem.
No Congresso, os representantes da burguesia, por meio da CPI da COVID-19, pressionam Bolsonaro para desgastá-lo ao mesmo tempo em que negociam com ele a sua manutenção no governo, as privatizações e as contrarreformas, mantendo engavetados os pedidos de impeachment.

A ida em massa às ruas parte do entendimento de que o governo genocida é mais perigoso e letal que o coronavírus. Nós, do PCB e dos nossos coletivos de luta, entendemos que, na verdade, o sistema capitalista é o vírus a ser combatido e destruído, para além dos governantes de plantão. Mas hoje temos uma tarefa imediata: derrotar nas ruas o Governo de Bolsonaro, Mourão e Guedes, antes que ele nos destrua a todos.

Conforme afirmou o Secretário Geral do PCB, Edmilson Costa, que se fez presente no gigantesco ato público na Avenida Paulista:

Ao longo da história, nenhuma sociedade deixou de lutar quando a crise chegou a um limite insuportável. E a crise brasileira está chegando ao limite do insuportável. Os mais de 20 milhões de desempregados, os mais de 30 milhões na informalidade e os 19 milhões nas filas da fome não suportarão calados por muito tempo, mesmo com as restrições da pandemia. Não se trata de um exercício de futurologia, mas de uma situação em que está faltando apenas a gota d’água para a indignação contra essa tragédia se expressar de maneira mais efetiva.

Por isso, não faz mais sentido neste momento lutar apenas nas redes sociais ou fazer atos simbólicos. Essas formas de luta foram importantes num determinado período, cumpriram um papel de manter a chama acesa, mas a conjuntura atual requer uma mudança de tática, pois as classes dominantes e esse governo genocida continuam com seus ataques exatamente porque não têm ainda uma resposta popular que contribua para o início da mudança na correlação de forças. E isso só pode acontecer com as manifestações populares e a entrada em cena da trabalhadora, mediante paralisações em defesa da vida.

Para mudar este quadro, precisamos superar de vez o atual recuo e a desorganização do campo dos trabalhadores. A recuperação dos direitos políticos de Lula e a suspeição de Moro, deliberadas pelo STF, não podem servir de mote para substituir a luta das ruas pela campanha eleitoral de 2022 antecipada, num projeto de conciliação de classes que já conhecemos e já demonstrou ser um desastre para o povo trabalhador brasileiro.

O dia 29 de Maio entra no calendário de lutas no Brasil como um necessário e irreversível ponto de virada, obrigando a que as organizações que lutam pelos direitos da classe trabalhadora, pelas liberdades democráticas e contra os sistemáticos ataques do capital sigam nas ruas acumulando forças necessárias para a contraofensiva popular, estruturando na prática a frente anticapitalista e anti-imperialista que seja capaz de derrotar o governo genocida e avançar na construção do Poder Popular e do Socialismo.

POR EMPREGO, VACINA NO BRAÇO E COMIDA NO PRATO!

FORA BOLSONARO, MOURÃO E GUEDES! IMPEACHMENT JÁ!

PELO PODER POPULAR, NO RUMO DO SOCIALISMO!