Ocupar as ruas e derrotar Bolsonaro-Mourão

imagemFoto: PCB da Bahia

Por Rômulo Caires

JORNAL O MOMENTO – PCB da Bahia

Ocupar as Ruas e Derrotar o Governo Bolsonaro-Mourão

No dia 29 de maio, o Brasil teve suas ruas ocupadas por manifestantes exigindo a saída de Bolsonaro-Mourão. Além das mobilizações em todo o Estado, a capital baiana, Salvador, contou com uma multidão com cerca de 10 mil pessoas, concentradas na praça do Campo Grande e que seguiu em direção à praça Castro Alves. O PCB, a UJC, a Unidade Classista e os Coletivos Partidários Ana Montenegro e Minervino de Oliveira levaram suas fileiras com força total, por vacina, pão, saúde e educação no #29M, dia nacional de lutas. Também houve presença marcante na Praça 9 de Novembro em Vitória da Conquista, com grande agitação e panfletagem junto aos trabalhadores locais. Em Feira de Santana o #29M ocorreu em frente à Prefeitura da cidade, exigindo a saída de Bolsonaro-Mourão, vacinação e alimentação digna para toda a população, e contra o genocídio operado pelo governo federal.

Numa construção firme apoiada no Fórum Sindical Popular e de Juventudes e outras forças de esquerda, o #29M concretiza o que vinha se desenhando nos últimos meses: a retomada das ruas pelo povo trabalhador. Lugar de onde nunca deveríamos ter saído, afinal a desmobilização popular se converteu em continuação da política genocida do governo Bolsonaro-Mourão.

Desde o início da pandemia por COVID-19 se levantou uma questão da máxima importância: abandonar as ruas pela necessidade premente do isolamento social poderia deixar campo aberto para as forças de extrema-direita ditarem o rumo ideológico dos debates políticos no país, especialmente quando tais forças de extrema-direita sempre reivindicaram o boicote generalizado às medidas de combate ao COVID-19, estimulando rotineiramente aglomerações completamente descuidadas em relação aos mínimos requisitos de segurança sanitária e sendo completamente negligentes com a necessidade de vacinação massiva da população brasileira. O agitador fascista Jair Bolsonaro fez de tais “atos irresponsáveis” bandeira constante em suas ações, inclusive criando uma espécie de personagem “destemido”, que seria a favor da “liberdade” contra os desmandos de prefeitos e governadores do país.

Diversos militantes, particularmente os ligados à área da saúde, já indicavam que o que parecia uma contradição – defender medidas rigorosas de isolamento social e ao mesmo tempo insistir na necessidade de não ceder nas lutas – na verdade se tratava de uma necessidade colocada pela atual condição histórica. Os comunistas sempre estiveram cientes do fato incontornável de que não escolhemos, à priori, o campo de batalha que iremos atuar, mas herdamos uma determinada situação que tem sua gênese em um passado que não controlamos. O máximo de cuidado e planejamento se faz necessário em atos de massa em plena pandemia, ao mesmo tempo que é impossível evitar completamente o risco da contaminação. Todavia, a isenção de riscos não é um privilégio de quem de fato atua politicamente. Defender uma política de “risco zero” serve apenas àqueles que querem surfar no status quo.

Desde os atos que ocorreram pelo Brasil em solidariedade a George Floyd, brutalmente assassinado pela polícia racista dos EUA, no qual a pauta antirracista se destacou em mobilizar lutadores de todo o Brasil, inclusive na Bahia, houve ensaios de retomada das ruas pelo povo trabalhador. Novamente com destaque da pauta antirracista, militantes também estiveram prestando solidariedade ao trabalhador negro João Alberto Freitas, brutalmente assassinado por seguranças da rede Carrefour em Porto Alegre. Tais atos apontavam para a estreita ligação entre racismo e capitalismo.

Houve também atos em defesa da educação, paralisação dos trabalhadores de aplicativos, além de uma série de lutas contra as diversas opressões operadas neste país cindido pela brutal desigualdade social. Se tais ações não conseguiram dar corpo a uma agenda contínua de lutas que pudesse fazer frente aos diversos retrocessos do governo Bolsonaro-Mourão e a política econômica de Paulo Guedes, serviram para mostrar que as lutas não estavam abandonadas, mesmo que certa esquerda da ordem preferisse apostar no sangramento crônico do atual governo e da espera messiânica pela eleição de 2022.

O #29M sintetiza as lutas iniciadas em 2020 e opera uma importante mudança qualitativa. A população vai finalmente percebendo que se atos massivos em um período crítico como o que vivemos sob a COVID-19 não são ideais, muito mais perigoso que o vírus é a continuação do governo Bolsonaro-Mourão. As manifestações ocorridas em todo o território nacional deram uma linda amostra de que é possível sair para as ruas com o máximo de cuidado, com ampla distribuição de máscaras adequadas (foi massivo o uso de PFF2, considerada a melhor máscara para proteção contra o vírus), com distanciamento, com álcool em gel etc. Algumas direções de partidos de esquerda tentaram boicotar o ato e desmobilizar suas bases, fato que felizmente não se concretizou.

Mais uma vez a militância do Partido Comunista Brasileiro e seus coletivos mostraram garra e determinação para apontar qual o futuro que desejamos: vacinação para todos já; combate à fome e carestia: saúde e educação para todos. Mas acima de tudo, sabemos que 2022 está muito distante e que desde já lutamos por um novo mundo, pelo socialismo e pelo Poder Popular!

SE NO DIA 29M FOMOS MUITOS, NO DIA 19 DE JUNHO SEREMOS AINDA MAIORES!

FORA BOLSONARO E MOURÃO!

PELO PODER POPULAR! PELO SOCIALISMO!

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