A Segunda Batalha de Boyacá

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Não temos outro caminho. Se quisermos sair da horrível noite da opressão de classe temos que combater, temos que lutar impulsionados pelo decoro, como o fez há 202 anos o Exército Libertador na Ponte de Boyacá, levantando o estandarte da insubmissão, da liberdade e da independência. Declaramo-nos em primeiro grau de alistamento e, junto ao movimento social e sua liderança, sejamos nós próprios os novos capitães da justiça social, da democracia verdadeira e o anseio de humanidade.

Nada mudará se deixarmos que os de cima façam o que queiram e continuem a atropelar os de baixo como lhes dá na gana. Devemos forçar uma segunda Batalha de Boyacá [1] que estenda seu poderoso grito de combate a todo o território, a todos os rincões da pátria. Todos podemos ser libertadores e o seremos com os homens e mulheres da Colômbia, que desejam com todas as forças do nosso coração um novo país. Não mais governos de oligarquias descaradas e indolentes que espezinharam a dignidade humana e continuam a tratar os cidadãos como párias, aos quais só lhes dão pau e garrote com suas injustas políticas econômicas e de exclusão social.

Quando em Boyacá o Exército Libertador derrotou 300 anos de opressão colonial, não o fez para que a oligarquia crioula a substituísse no despotismo os opressores espanhóis. Não.

Tampouco o fez para que caíssemos nas garras de um novo colonialismo como o dos Estados Unidos que nos açoita desde então – e sim para que fôssemos livres e independentes e fundássemos uma nova era de governos garantes da felicidade do povo.

Necessitamos – como o ar para respirar – a Batalha de Boyacá do século XXI para libertar a Colômbia dos maus governos, no narcoEstado de Uribe, da Ñeñe Política [2] de Duque, da corrupção e da impunidade, que como um câncer nos está matando. Castiguemos o autor por trás do paramilitarismo de Estado, do despojo violento de terras, dos falsos positivos e da montagem dessa fábrica asquerosa de mercenários assassinos. Derrotemos com mobilização e luta essa tirania do capital que, com suas políticas econômicas, empobreceu as maiorias nacionais. Livremo-nos para sempre dos governos repressores do povo, os quais ordenam à Força Pública que dispare contra a população civil a lutar por seus direitos. Não mais governos ajoelhados a Washington!

Construamos todos, mediante acordo político, um novo governo que seja amoroso com o seu povo e que procure a felicidade de todos.

FARC-EP, Segunda Marquetalia
07/Agosto/2021
NR
[1] Batalha de Boyacá: Uma das mais importantes batalhas de Simón Bolívar durante a guerra de independência da Colômbia. Foi travada em 7 de Agosto de 1819 entre o exército monárquico do governo colonial e as tropas que lutavam pela independência. Esta batalha foi o culminar da campanha de 77 dias para a libertação da Nova Granada, promovida por Bolívar. Seu objetivo foi expresso no Congresso de Angostura, quando o Libertador avançou com a criação de uma República da Colômbia independente do domínio espanhol.
[2] Ñeñe política: Escândalo da compra de votos na eleição presidencial de 2018, a que elegeu Ivan Duque. Ela envolveu o ganadeiro e narcotraficante José Guillermo Hernández, conhecido como Ñeñe Hernández. Ver Wikipedia.

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