Abaixo o racismo religioso!

imagemA célula do PCB em Feira de Santana e seus coletivos partidários vêm a público prestar toda nossa solidariedade aos grupos religiosos, povos de terreiro e adeptos das religiões de matriz africana, que tem sofrido sistematicamente com os ataques de intolerância e racismo religioso por parte de vereadores na Câmara Municipal de Feira de Santana, bem como, outras manifestações que ignoram a laicidade dos setores representativos estatais.

O último episódio foi protagonizado pelo vereador José Paulo Barbosa, conhecido como Paulão do Caldeirão (PSC). O mesmo, ao ser questionado por faixa que referia-se a Jesus, reagiu violentamente afirmando que aquele local não serviria a casa de “macumba” e remeteu as religiões de matrizes africanas como “imundices”, “lixo” e “ maligna”. Cabe ressaltar que esse não é o primeiro ataque proferido por um vereador da cidade, a exemplo do legislador Edvaldo Lima (MDB), que em mais de um evento proferiu ataques racistas, LGBTfóbicos e contra as religiosidades historicamente negras.

Essa perseguição ao espiritualismo de matriz africana e seus cultos remete ao período em que eram criminalizados pelo aparato policial do estado brasileiro. Apesar da liberdade ao culto religioso ser garantida na constituição do Brasil, terreiros de candomblé, umbanda e kimbanda seguem sendo atacados, e seus praticantes perseguidos, com base no fundamentalismo religioso cristão, apoiado pelo aparato do Estado. Feira de Santana se insere nesse cenário por seus vereadores virem a público proferir ataques e abertamente incentivarem essa perseguição direcionada a estas religiões.

É importante salientar, que as religiões africanas foram um espaço de resistência e organização contra a escravização, bem como de cuidado e acolhimento daqueles/as que viveram as torturas desse período. Essas religiões tiveram que aprender e também nos ensinam a resistir e a lutar contra o racismo, os ataques do Estado e as mais diversas perseguições.

Comunistas como Jorge Amado e Édison Carneiro, estiveram lado a lado nas lutas pela liberdade de culto religioso. Remontamos a memória das lutas dos nossos camaradas e reafirmamos toda a solidariedade e apoio do PCB, Coletivo Negro Minervino de Oliveira, Coletivo Feminista Classista Ana Montenegro e União da Juventude Comunista a essas comunidades.

Vamos nos manter nas lutas contra toda a forma de intolerância religiosa e de racismo que são estruturantes na sociedade capitalista.

Partido Comunista Brasileiro
Coletivo Negro Minervino de Oliveira
Coletivo Feminista Classista Ana Montenegro
União da Juventude Comunista