O socialismo é o antídoto contra expansionismo da OTAN

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O socialismo é o antídoto para o expansionismo da OTAN, e não o nacionalismo russo

Por Partido Comunista da Turquia, via In Defense of Communism, traduzido por Marcelo Bamonte

Em uma declaração sobre o reconhecimento à independência das chamadas “Repúblicas Populares” de Donetsk e Luhansk pelo governo russo, bem como as declarações anticomunistas e nacionalistas do presidente Putin, o Partido Comunista da Turquia (TKP) pontua:

“O imperialismo é uma ordem de destruição e de guerra. Cada governo burguês que tenta dominar essa ordem podre e busca expandir sua esfera de influência, também significa que visa a opressão de outros povos. As muletas das políticas expansionistas são o nacionalismo, o racismo e o chauvinismo. Este é o tom das declarações de Putin feitas no dia 21/02 sobre o reconhecimento da independência das Repúblicas Populares de Donetsk e Luhansk.

As palavras de Putin, que caluniou Lênin, líder da Revolução Bolchevique, e a União Soviética, onde existiu a maior política de nações mais igualitárias e pacíficas, com julgamentos infundados, são inaceitáveis. Seus argumentos carecem de base histórica e são completamente demagógicos. Não podemos ignorar o sistema de exploração e ilusões belicistas/nacionalistas que condenam os trabalhadores da Rússia à pobreza, apenas porque Putin deseja externalizar suas ‘fantasias’ monárquicas do século XXI.

Não permitiremos que prossiga a disputa que visa distorcer os fatos históricos em que a Federação Russa, que embarcou em espetáculos de ‘grande potência’ construídos sobre o patrimônio econômico, político, militar e cultural da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, não está por trás dos EUA e seus aliados. Não permitiremos que a história do século XX, escrita por todos os oprimidos do mundo, os proletários, a Revolução de Outubro de 1917, as revoluções na China, Vietnã, Cuba e outros países, as guerras de independência, a grande vitória do povos soviéticos contra o fascismo, seja distorcida pelos imperialistas norte-americanos e europeus, pelas gangues da OTAN, fascistas na Ucrânia e na Polônia, tampouco pelo nacionalismo russo.

Esta declaração de Putin também foi uma prova indiscutível de como ele abusou do prestígio da União Soviética, especialmente da vitória da Segunda Guerra Mundial, de forma hipócrita para sua própria demonstração de força. Essas manifestações, que carecem de credibilidade e sinceridade, são um reflexo de suas aspirações czaristas. Além disso, são uma exploração do legado da URSS. Putin só pode estar certo sobre o seguinte: a Rússia de hoje, que tem ambições imperiais, não tem nada a ver com a União Soviética, que há setenta anos defendeu a paz, a igualdade e o progresso em nome dos povos trabalhadores do mundo.

A principal razão para o sofrimento dos trabalhadores da Rússia, Ucrânia e outros países ex-soviéticos hoje é a ausência de socialismo. Os protestos lançados por trabalhadores de petróleo e energia no Cazaquistão há apenas algumas semanas para expressar suas demandas que se espalharam por todo o país, bem como os problemas fronteiriços não resolvidos revelados pela guerra em Karabakh no ano passado, são meros indicadores disso. Os povos das ex-repúblicas da União Soviética estão tentando viver sob a ameaça de desemprego, pobreza, reação, discriminação e guerra. Como resultado das tentativas sórdidas daqueles que construíram a Rússia capitalista de hoje sobre a dissolução da União Soviética, grande parte do mundo se transformou em uma região sempre propensa a provocações.

É claro que as provocações dos EUA durante anos para restaurar sua hegemonia em declínio, para reviver a aliança ocidental com o objetivo de impor seus próprios interesses, desempenharam um papel decisivo nesses desenvolvimentos. Os desejos dos EUA e da OTAN, inimigos dos povos há mais de setenta anos e protagonistas na desintegração dos países, na destruição de bens preciosos de pessoas e cidades, do cerco à Rússia, abriram caminho para os conflitos de hoje. Aqueles que fabricaram nações hostis e estados fantoches a partir das ruínas da ex-Iugoslávia não podem ter o direito de dizer uma palavra sobre a integridade territorial, soberania e direitos diplomáticos dos povos do Leste Europeu, muito menos serem seus protetores.

Além disso, esse processo tornou mais visíveis as contradições internas da aliança ocidental e revelou claramente que não há princípio ou confiança entre esses atores. A ausência de um eixo socialista e a dissolução da União Soviética têm um papel absoluto para que a ‘falta de princípios’ se torne a norma nas relações internacionais.

As contradições ou barganhas entre os imperialistas e os atos que eles chamam de ‘política de equilíbrio de poder’ não podem de modo algum servir em benefício dos povos. Isso vale também para a posição do governo Erdogan, que está tentando aproveitar a situação, elevando o nacionalismo em solo nacional e buscando uma nova rota econômica e política no exterior, e a oposição burguesa da Turquia que espera democracia da OTAN.

A perspectiva de uma guerra extremamente perigosa e devastadora para todos os povos da região é extremamente alta e preocupante. Todos os comunistas e amantes da paz têm o dever ardente de impedir que essa possibilidade se concretize.

Os comunistas não falam a língua do nacionalismo, do racismo e do militarismo, mas a língua das reivindicações dos trabalhadores por igualdade, liberdade e fraternidade!”

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