Repúdio à ditadura e à ordem do dia do Ministério da Defesa!

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Nota Política do Partido Comunista Brasileiro – PCB

O Partido Comunista Brasileiro repudia a ordem do dia emitida na manhã deste 31 de março pelo Ministério da Defesa, que faz alusão ao Golpe Militar de 1964 e às supostas razões e efeitos “benéficos” que o golpe empresarial-militar teria representado para a sociedade brasileira.

A nota reverencia o golpe como se fosse um movimento cívico que deveria restabelecer a ordem para “(…) impedir que um regime totalitário fosse implantado no Brasil (…)”, quando na verdade serviu ao propósito da implantação de uma ditadura que perdurou por mais de 20 anos, cujo objetivo central era, ao promover intensa repressão contra os trabalhadores e movimentos populares organizados, fazer avançar o processo e a dinâmica de exploração capitalista, favorecendo a acumulação de capital pela burguesia brasileira e internacional. Com isso, ampliou o fosso de desigualdade e miséria no país, além de aumentar o endividamento do Estado, deixando marcas profundas na estrutura social e econômica do país.

Ao se referir positivamente a este período sombrio e nefasto da nossa história, a ordem do dia do Ministério da Defesa é mais do que um escárnio público e um desrespeito às famílias dos mortos e desaparecidos políticos; é uma clara demonstração de tentativa de apagar da memória coletiva e reescrever de maneira cínica e mentirosa o que representaram mais de duas décadas de crimes contra a humanidade e de destruição de direitos e liberdades perpetrados pela ditadura militar que atuou a serviço dos interesses da burguesia e do imperialismo.

Não podemos deixar de denunciar que, nesse período, os governos militares, com o apoio do empresariado brasileiro e do imperialismo estadunidense, restringiu direitos civis e políticos da população, cassou mandatos de parlamentares legalmente eleitos, perseguiu, torturou, assassinou e desapareceu com centenas de opositores, destituiu diretorias sindicais e em muitos casos proibiu a livre organização sindical, fechou o Congresso e diversas casas legislativas em todo o país, depôs governadores e prefeitos, implantou a censura à imprensa e às manifestações culturais contrárias ao regime, estabelecendo uma política de terrorismo de Estado, com prisões ilegais, sequestros, violência, tortura e todo tipo de ameaças e arbitrariedades contra movimentos sociais, sindicatos, entidades estudantis, instituições civis e todos aqueles que lutaram contra a opressão.

O PCB – que passou a maior parte de sua história centenária na clandestinidade, sofrendo com as perseguições do Estado Novo e da Ditadura empresarial-militar de 1964-1985, tendo sofrido o massacre promovido pela Operação Radar, que assassinou um terço do nosso Comitê Central, perseguiu, torturou, exilou e matou inúmeros militantes – repudia e denuncia esse tipo de falsificação da História que procura reabilitar o Golpe de 1964 e até mesmo defender a essência golpista, antidemocrática, autoritária e repressiva que tanto inspira o Governo Bolsonaro e seus apoiadores. Os governantes de plantão, sempre que podem, vêm a público destilar seu palavrório de inspiração fascista, como nas manifestações do General Braga Neto, com claras insinuações saudosistas do modelo autocrático daquele período, para manter ativas as hordas bolsonaristas e seguir atacando direitos sociais e ameaçando as liberdades democráticas, a serviço dos interesses capitalistas e do imperialismo.

Ditadura Nunca Mais!
Fora Bolsonaro/Mourão e seus Generais!
Pelo Poder Popular, no rumo do Socialismo!

Comissão Política Nacional do PCB

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