Projeção do BC para inflação no ano sobe de 4,8% para 5,7%

O Banco Central (BC) calcula que a variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) seria de 5,7% em 2013 e de 5,3% em 2014, na hipótese de a taxa básica de juros manter-se em 7,25% ao ano. O IPCA é o indicador oficial de inflação do país usado para balizar as metas de inflação perseguidas pela autoridade monetária.

As projeções foram divulgadas na manhã desta quinta-feira, no Relatório Trimestral de Inflação e referem-se ao cenário de referência, no qual a hipótese para a taxa de câmbio é um dólar também constante em R$ 1,95 , nível em que estava em 8 de março.

Pelas projeções do BC, a inflação fecharia 2014, último ano do mandato da presidente Dilma Rousseff, acima do centro da meta, estipulado em 4,5% pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

No relatório anterior, divulgado em dezembro, a inflação projetada para o fim de 2013 era de 4,8%. Naquele documento, o cenário de referência também levou em consideração a taxa de juro básico constante em 7,25% ao ano, mas o relatório pressupunha a manutenção da taxa de câmbio em R$ 2,05, nível que estava em 7 de dezembro. Para o encerramento de 2014, a estimativa da inflação era de 4,9%.

Pelos dados divulgados hoje, a inflação fecharia este ano em 5,7%, bem acima do teto da meta (4,5%), mas inferior ao registrado no fim de 2012, quando terminou o ano em 5,84%. Pelas projeções, a inflação no primeiro trimestre fecharia no limite do teto da meta (6,5%) e subiria ainda mais no segundo trimestre, chegando a estourar o teto da meta (6,7%). A inflação só recuaria no terceiro trimestre, para 6%, fechando o ano em 5,7%.

Para 2014, a projeção começar no primeiro trimestre em 5,4%, cai para 5,2% no segundo e para 5,2% no terceiro. A expectativa para o fechamento do ano nesse cenário é de 5,3%.Pela primeira vez, a autoridade monetária divulgou a estimativa para inflação no primeiro trimestre de 2015: 5,4%.

De acordo com esse cenário, a probabilidade de que a inflação ultrapasse o teto da meta (6,5%) em 2013 é de 25% e, em 2014, de 24%.


Modelo de resgate ao Chipre pode criar precedente, afirma S&P

Valor Econômico

O acordo europeu para o resgate ao Chipre pode abrir um precedente para futuros programas de socorro, caso sejam necessários, afirmou a agência de classificação de risco Standard & Poor’s (S&P).

O modelo, aprovado na madrugada de segunda-feira, prevê a recapitalização dos dois maiores bancos do país por meio de acionistas, credores e depositantes não segurados em vez de recorrer ao dinheiro dos contribuintes. Para a agência, é uma “mudança significativa” em relação aos acordos firmados anteriormente na Grécia, na Irlanda, em Portugal e na Espanha, que foram bem mais condescendentes com credores seniores.

A S&P afirmou que não espera que os recentes acontecimentos no Chipre resultem em uma imediata mudança nos ratings de bancos na zona do euro.

“Porém consideramos que o pacote para o Chipre poderá criar um precedente e que futuros acordos internacionais de resgate, se necessários, podem ser, da mesma forma, menos condescendentes com os credores seniores dos bancos que anteriormente”, disse o analista de crédito da S&P Richard Barnes, autor de um estudo recém-publicado sobre como o programa de socorro ao Chipre pode afetar os credores seniores dos bancos da zona do euro.

Também para o analista, a situação no Chipre evidencia a necessidade de uma ampla união bancária na zona do euro, de forma a fortalecer a supervisão e dar maior clareza aos investidores quanto à resposta política para insolvências bancárias. Um conjunto único de regras para a região, que é parte do plano de união bancária, também ajudaria a reduzir a interdependência entre a qualidade de crédito dos bancos e a dos títulos soberanos de seus países.

A S&P não tem ratings para nenhum banco comercial do Chipre. O foco da análise é, portanto, o impacto que o acordo naquele país pode ter em outras economias da região.

De acordo com a agência, algumas características inerentes ao sistema bancário cipriota podem ter favorecido uma solução desse tipo. Mesmo assim, a S&P afirmou acreditar que as medidas sinalizam uma crescente relutância de países mais fortes da zona do euro de usar dinheiro dos contribuintes para recapitalizar bancos fora de seus mercados domésticos.

Para o analista, alguns países europeus vão continuar a apoiar os credores seniores de bancos domésticos importantes se tiverem capacidade financeira suficiente para intervir nessas instituições sem ajuda multilateral, como o governo holandês fez com o SNS Reaal em fevereiro.


Taxa de desemprego sobe para 5,6% em fevereiro, aponta IBGE

Valor Econômico

A taxa de desemprego ficou em 5,6% em fevereiro, de acordo com dados da Pesquisa Mensal de Emprego (PME), divulgados nesta quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Essa é a taxa mais baixa para um mês de fevereiro desde o início da série história, em março de 2002.

O resultado divulgado hoje ficou abaixo da média de 5,7% das estimativas dos economistas levantada pelo Valor Data. O resultado de fevereiro mostrou alta em relação aos 5,4% apurados em janeiro, e ficou abaixo do desemprego de 5,7% da População Economicamente Ativa (PEA) registrado em fevereiro de 2012.

O rendimento médio real habitual ficou em R$ 1.849,50 em fevereiro, o que representou avanço de 1,2% sobre janeiro, e alta de 2,4% na comparação com fevereiro de 2012. A massa de rendimento real habitual alcançou R$ 42,8 bilhões, valor estável em relação ao total observado em janeiro, e foi 4,2% maior que o verificado em fevereiro do ano passado.

A PME abrange as regiões metropolitanas de Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre.


Indicador de produção industrial da CNI cai em fevereiro

Valor Econômico

O índice de produção industrial, medido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), caiu para 46,1 pontos em fevereiro ante 48,6 pontos em janeiro deste ano, de acordo com a pesquisa mensal “Sondagem Industrial”, divulgada nesta quinta-feira.

O indicador varia de zero a cem pontos, sendo que valores abaixo de 50 indicam recuo de produção em relação ao mês anterior.  Acima disso, indica expansão. Em fevereiro de 2012 esse índice ficou em 46,5 pontos.

Já o indicador de nível de emprego na indústria ficou em 49,8 pontos em fevereiro, ante 48,7 pontos em janeiro.

O percentual médio de utilização da capacidade instalada (UCI) se manteve estável em 70% em fevereiro. Na comparação com fevereiro de 2012 houve pequena retração, já que no mesmo mês do ano passado a taxa foi de 71%. “Apesar do desempenho mais fraco, os estoques mantiveram-se estáveis, em nível próximo do planejado”, destacou a CNI.

De fato, o índice de evolução de mercadorias estocadas ficou em 49,9 pontos, o que representa redução, já que o indicador está abaixo de 50 pontos. Em janeiro esse indicador foi de 48,7 pontos, ou seja, houve aumento em relação ao mês anterior, mas como ambos estão abaixo de 50 pontos o aumento entre janeiro e fevereiro significa uma desaceleração na redução de estoques.

Desde outubro do ano passado a indústria vem reduzindo a quantidade de mercadorias finais estocadas. O nível de mercadorias guardadas se manteve próximo do nível desejado pelos empresários. O índice de estoque efetivo em relação ao planejado ficou em 49,7 pontos, próximo da linha divisória dos 50 pontos. O índice em janeiro foi de 49,2 pontos.


Transporte urbano pode ter mais cortes de impostos

O Estado de S. Paulo

De olho na inflação, o governo estuda um corte de tributos mais amplo para o setor de transporte urbano de passageiros. As empresas, que já contam com a desoneração da folha salarial, poderão ser beneficiadas também com o corte das contribuições ao Programa de Integração Social (PIS) e para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) sobre o faturamento. A “bondade” pode vir condicionada à adoção do bilhete único.

No início deste ano, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, pediu aos prefeitos de São Paulo e do Rio de Janeiro para adiar o reajuste das passagens de janeiro para o segundo semestre. Buscou, com isso, um alívio nas pressões inflacionárias. A desoneração adicional, agora em estudo, vai na mesma direção e garante que o aumento das passagens, quando vier, será mais brando.

“A desoneração do transporte urbano faz todo sentido agora”, disse fonte do Ministério da Fazenda ouvida pelo Broadcast, serviço de informação em tempo real da Agência Estado. Ela avaliou que o momento é ideal, após a desoneração tributária da cesta básica.

Uma das propostas em análise pela Fazenda é aproveitar projeto de lei n.º 310, que tramita na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado em caráter terminativo – ou seja, não precisa passar pelo plenário da Casa. Ele cria o Regime Especial de Incentivos para o Transporte coletivo Urbano e Metropolitano de passageiros, o Reitup.

O projeto prevê redução de tributos sobre a prestação do serviço e na aquisição de insumos, como óleo diesel, gás veicular, combustíveis renováveis e não poluentes, chassis, carrocerias, veículos, pneus e câmaras de ar, desde que usados diretamente na prestação dos serviços.

Contrapartida

A novidade do projeto é que a desoneração tem contrapartida das empresas beneficiadas, o que não ocorreu até agora. A medida está condicionada à implantação de regime de bilhete único ou de sistema de transporte integrado.

Caso a empresa beneficiária não satisfaça nenhuma das condições e requisitos para inclusão no Regime Especial por seis meses, ficará obrigada a recolher os tributos correspondentes. Estados e municípios podem aderir ao regime, por meio de convênio, com a redução ou isenção dos tributos de sua competência: o ICMS e ISS. As empresas de ônibus, micro-ônibus, metrô, trem metropolitano e trólebus poderão se beneficiar do regime.

Segundo um dos autores do projeto, deputado Carlos Zarattini (PT-SP), a criação do regime poderá reduzir em 20% a 25% a tarifa. Ele destacou que há um diálogo positivo com o governo para a aprovação da proposta na CAE por causa do momento econômico do País. Se houver mudanças na proposta na CAE, disse ele, o projeto retorna à Câmara para uma última votação em comissão especial.

Segundo o presidente da Confederação Nacional de Transporte (CNT), senador Clésio Andrade (PMDB-MG), o governo já sinalizou com a desoneração do PIS e da Cofins e há grande possibilidade de aprovação do projeto que cria o regime especial. Na sua avaliação, a medida é fundamental para o setor.

O texto também propõe a alíquota zero da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) para a energia elétrica utilizada na alimentação, tração e funcionamento de metrôs, trens metropolitanos e trólebus, na operação dos centros de controle e das estações e na iluminação de terminais e abrigos de passageiros.

Vetos

Na próxima semana, a CNT deve se reunir com o secretário executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, para discutir a Medida Provisória 582, aprovada pelo Congresso e que ampliou a lista dos setores desonerados na folha. “O Congresso extrapolou no número de setores que foram incluídos, e o governo deve vetar”, disse Clésio.

Segundo o senador, a área econômica já informou que a presidente Dilma vai vetar a desoneração da folha para os transportes aquaviário, rodoviário de carga e ferroviário de longa distância. Mas o Ministério da Fazenda está estudando uma alternativa para beneficiar esses setores.

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