PARAGUAI: ATENTADO E SINAIS DE TERRORISMO DE ESTADO DO GOVERNO DE CARTES

Em Marina kue, Curuguaty, no dia 15 de junho de 2012 ocorreu o massacre de trabalhadores rurais e policiais perpetrado pelos poderes fácticos transnacionais e seus cúmplices nativos.

Esse sangrento terrorismo de Estado foi o detonador para o golpe de Estado “parlamentar”, programado pelos ianques e seus agentes da burguesia nacional contra o processo de mudanças democráticas e patrióticas impulsionado pelas forças populares.

O Presidente constitucional Fernando Lugo, eleito por ampla maioria no dia 20 de abril de 2008, foi derrubado e o golpista Federico Franco, então vice-presidente e conspirador impenitente, usurpou a Presidência do Paraguai.

Assim se restaurou o tradicional processo fraudulento do continuísmo ditatorial, que culminou, em 21 de abril de 2013, com a entronização nos mais altos cargos do Estado, incluída a Presidência da República, de uma equipe mafiosa antiparaguaia e antipopular encabeçada por Horacio Cartes.

Retomaram a criminalização do protesto e das lutas sociais e o terrorismo de Estado, com os poderes extraordinários concedidos pelo Parlamento ao narcoterrorismo no poder para rematar as riquezas nacionais e para dispor das Forças Armadas militares na repressão criminal contra nosso povo, especialmente contra os trabalhadores rurais que lutam pela terra e pela liberdade.

Motivado pelo surgimento e pela atuação do chamado “Exército do Povo Paraguaio”, o governo acentua a cruel repressão no campo, com prisões e torturas massivas. Enquanto isso, seguem as execuções de trabalhadores rurais e dos que denunciam os poderosos, como o caso recente do assassinato do jornalista Fausto Gabriel Alcaraz, em Pedro Juan Caballero.

No sábado, dia 22 de fevereiro, se instalou em Santa Rosa del Aguaray, Dpto. de San Pedro, a “Base de Segurança” estadunidense, com a presença do Comando Sul desse país e do Ministro de Defesa. Assim, vai se consumando o plano de converter o Paraguai em um enclave militar estadunidense com um movimento popular disciplinado aos seus interesses.

A crueldade do regime atual está se exercitando contra os lutadores que participaram na recuperação das terras de Marina kue, especialmente contra o dirigente Rubén Villalba, que continua preso e submetido a um processo de farsa judicial, violentando-se os Direitos Humanos e só se regendo pela “ordem superior” do terrorismo de Estado, encabeçado por Horacio Cartes com seu corrompido plano entreguista.

Nesse marco está a situação crítica caracterizada pela violência institucional contra o crescente movimento popular, quando se produziu, no dia 24 de maio, o atentado contra a sede do Partido Comunista Paraguaio, com a infame calúnia de que os comunistas são responsáveis pelo sequestro de Arlan Fick.

Não podemos subestimar esses sinais inconfundíveis do terrorismo fascista, tão comuns durante a ditadura de Alfredo Stroessner. São avisos que partem dos poderes fácticos, que operam tanto abertamente desde os “poderes constituídos”, quanto desde as sombras do narcopoder subterrâneo hoje dominante nas esferas de governo. A violência e a arbitrariedade são consubstanciais às minoritárias classes dominantes.

Em contrapartida, a resistência popular contra a opressão é um direito fundamental consagrado na Declaração Universal dos Direitos Humanos e na Constituição Nacional.

À violência irracional da institucionalidade oporemos uma tenaz e firme resistência democrática, participando ativamente no movimento popular, nas mobilizações dos trabalhadores urbanos e rurais, das mulheres, dos estudantes, dos defensores dos Direitos Humanos.

Estamos envolvidos na invencível luta pela democracia plena, pela soberania nacional contra a intervenção estrangeira, pela justiça social. Nosso norte é a revolução democrática, agrária e anti-imperialista, com a perspectiva do socialismo, da sociedade de trabalhadores livre da exploração capitalista.

Estamos nessa missão até a vitória, integrando as forças sociais e políticas dirigidas para um Paraguai novo e melhor.

Assunção, 25 de maio de 2013

Comissão Política – Partido Comunista Paraguaio

Tradução: PCB Partido Comunista Brasileiro