Equador: mais de 450 intelectuais do mundo pedem a Correa que evite o desalojamento da sede da Conaie

Equador/ Resumen Latinoamericano/24 de dezembro de 2014.- Em uma carta assinada por centenas de intelectuais, é solicitado ao presidente Rafael Correa que torne sem efeito o desalojamento da sede que a Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador (Conaie) ocupa desde 1991 e que é considerada como uma concessão, “como reparação simbólica, em mais de quinhentos anos de opressão”.

Muitos são intelectuais de alto valor, como eco-teólogo brasileiro Leonardo Boff, Marta Harnecker, da Memória Popular Latino-americana (Cuba), Aurelio Alonso, da Revista da Casa de las Américas (Cuba), o escritor brasileiro Frei Betto, entre outros.

“Ficamos muito surpresos com a decisão tomada por seu governo, de colocar fim ao acordo de empréstimo com a Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador para a ocupação de sua sede”, começa a carta aberta.

Além de considerar um ato administrativo arbitrário, “possui uma carga simbólica que pode levar a graves consequências, não apenas a nível nacional, mas também no plano internacional”.

Na carta, também se argumenta que apenas a convergência entre os movimentos sociais e as novas organizações políticas acumula força para “vencer o poder do capitalismo”.


BASES DA CONAIE DEFINEM MOBILIZAÇÃO E DEFESA IRRESTRITA DA SEDE DA CONAIE

17:40 INFORMATE PUEBLO

As autoridades dos povos e nacionalidades, assim como suas organizações, desde as 11hs00 de hoje, mantiveram uma Assembleia de Emergência frente à notificação recebida por parte do MIES, que coloca fim ao empréstimo e desaloja a CONAIE de sua sede.

Com maciça participação dos delegados presentes, os representantes dos povos expressaram profunda indignação e repúdio à medida tomada pelo governo. E analisaram que isto se insere no marco do conjunto de políticas que vão contra os interesses dos povos, como é a Lei de Terras, o TLC-EU e a reforma trabalhista, entre outros.

Por sua vez, a escalada de violência, resultado da presença das empresas extrativistas no sul amazônico, que tiraram a vida de três irmãos shuar, exige a declaração de emergência e demanda que o Estado esclareça o assassinato de José Tedetza, além de proteger a integridade dos líderes que defendem o território.

A assembleia também expressou seu repúdio à aplicação do Decreto 016 e a forma arbitrária com que incluiu as organizações no Registro Único de Organizações Sociais, que viola sua autonomia, enquanto o povo Saraguro, entre outros, manifestaram que “estão sendo regidos pela nomeação emitida por ECUARUNARI como autoridades sob a jurisdição indígena, e que se fará valer com a força do povo”.

A Lei de Terras e Territórios, que foi aprovada recentemente, no primeiro debate na Assembleia Nacional Legislativa, foi uma preocupação generalizada, frente a qual se resolveu que é uma prioridade na luta das organizações indígenas e camponesas denunciar que esta beneficia o agronegócio e garante a concentração da terra no país.

Os dirigentes indígenas ratificaram que o edifício da CONAIE constitui um patrimônio dos povos como reparação histórica, que é, por sua vez, um espaço de todas as organizações populares. Julio César Pilalumbo, Presidente do Movimento Indígena de Cotopaxi, declarou que “como movimento indígena, esta casa é não vista como cimento, mas como pessoa, que tem história, tem trajetória, tem memória. Aqui se constrói um estado de equilíbrio, um estado harmônico, um estado intercultural. Isso se construiu nesta infraestrutura”.

Outros dirigentes declararam: “Não vamos sair desta casa porque esta casa é nossa. Ela foi conquistada com a luta de nossos pais e mães que nos antecederam”.

As resoluções das federações provinciais lidas pelos representantes expressaram que as comunidades se declaram em emergência pela defesa da casa da CONAIE, pela qual se declaram em mobilização permanente.

Departamento de Comunicação

CONAIE

Fonte: http://www.informatepueblo.com/2014/12/bases-de-la-conaie-definen-movilizacion.html

Tradução: Partido Comunista Brasileiro (PCB)

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