PARA ALÉM DA UNE E DA ANEL: UNIDADE PARA ENFRENTAR OS ATAQUES À JUVENTUDE

imagemNa semana dos dias 03 a 07 de junho ocorreram os congressos nacionais da UNE (CONUNE) e da ANEL (CONAnel). Congressos de entidades estudantis que se diferem na composição social dos estudantes, da presença de forças políticas, da história vivida de lutas e refluxos. Enfim, entidades que são produtos dos seus momentos históricos.

A Coordenação Nacional da UJC, acertadamente, manteve a política dos anos anteriores, e orientou a participação em peso de sua militância no espaço da UNE, entendendo que, mesmo com o atrelamento desta entidade ao Governo Federal e ao empresariado do ensino superior, ainda os Congressos da UNE mobilizam um quantitativo significativo de estudantes, e nesta conjuntura, de uma juventude trabalhadora que estuda nas universidades particulares. Sem cair em qualquer tipo de ilusão com a UNE, fomos ao Congresso não na perspectiva de disputa de cargos, mas sim, de dialogar com os estudantes ali presentes e apresentar a bandeira da Educação e Universidade Popular.

Quanto ao Congresso da ANEL, esta foi a primeira participação oficial da UJC neste espaço, enviando uma delegação dos nossos militantes, saudando o Congresso e apontando o necessário debate que as organizações contra-hegemônicas devem realizar sobre o projeto de uma Educação e Universidade. Aqui, assim como na UNE, não se encontra em nossa perspectiva, a composição orgânica da ANEL, ou até mesmo realizar uma disputa de sua política, o que nos colocou a decisão de não tirar delegados para o CONAnel.

Diferentemente dos últimos períodos, os espaços do Movimento Estudantil estão extrapolando a discussão acerca da entidade ou da forma organizativa dos estudantes. Com os constantes ataques da burguesia aos direitos sociais básicos da juventude, o corte bilionário da educação, promovido pelo Governo Federal, e a opção clara do estado brasileiro em privilegiar o pagamento de banqueiros e do sistema financeiro, esta cada vez mais naturalizado a unidade do campo das organizações da esquerda socialista.

Além de denunciar o atrelamento da UNE à políticas educacionais que atendem aos barões do ensino, fizemos um diálogo fraterno com os setores da Oposição de Esquerda da UNE, acenando que não será esta entidade a dar respostas efetivas aos ataques dos nossos direitos que estão em curso. Ao mesmo tempo, no Congresso da ANEL, afirmamos a necessidade de criarmos espaços de unidade que vão além da UNE e da ANEL, pois estes instrumentos não estão no horizonte organizativo do conjunto dos estudantes.

Tanto à Oposição de Esquerda da UNE, os companheiros da ANEL e diversas organizações da esquerda socialista, deve unificar as suas lutas em torno de um projeto comum de educação e universidade. Para a UJC, tratar deste projeto é tratar da Educação e Universidade Popular. Uma unificação forjada apenas para dar resposta conjuntural aos ataques que sofremos, não resolverá o problema de fundo, qual seja, a necessidade de combate ao capitalismo e suas variadas formas de manifestação na sociedade e na cultura.

Neste sentido, a UJC se coloca como mais uma força política consequente, que compreende a urgente e necessária unidade de ação, capaz de alavancar processos de contra-ofensiva ao capitalismo. Não será no debate entre UNE ou ANEL, ou então da tática defensiva a ser empreendida que resolverá as nossas questões. A unidade será possível se tivermos sob um mesmo projeto de sociedade, educação e universidade.

Coordenação Nacional da UJC

Junho de 2015

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