Governo israelense aprova projeto que obriga juramento de lealdade a Estado judeu
O gabinete de governo israelense aprovou neste domingo um polêmico projeto de lei que obriga não judeus que quiserem obter cidadania israelense a jurar lealdade ao Estado de Israel “como Estado judaico e democrático”.
Uma versão parecida da proposta, que vem sendo muito criticada pela minoria árabe do país, já havia sido vetada pelo gabinete do premiê Netanyuahu em 2009.
A proposta deve ser agora votada pelo Parlamento israelense.
Correspondentes dizem que a lei, se aprovada, prejudicará principalmente palestinos que se casam com israelenses, trabalhadores estrangeiros e outros casos especiais. Os árabes correspondem a 20% da população do país.
Assentamentos
A proposta apoiada por Netanyahu foi elogiada por ministros da direita, especialmente o chanceler Avigdor Lieberman.
O ultra-nacionalista fez do juramento um dos pilares de sua campanha eleitoral do ano passado. Seu partido, o Yisrael Beitenu, tornou-se o segundo maior da coalizão governista, atrás do Likud de Netanyahu.
Ministros do Partido Trabalhista disseram esperar que a aprovação do projeto de lei abra caminho para um novo congelamento em construções em assentamentos judaicos na Cisjordânia, uma exigência palestina para a retomada das negociações de paz.
Mas o governo de Netanyahu e o partido de Lieberman afirmaram publicamente que a aprovação da lei do juramento não estaria ligada ao congelamento nos assentamentos.
Se aprovada, a obrigação do juramento não incluirá imigrantes judeus que quiserem obter a cidadania israelense, que continuarão se beneficiando da lei do Retorno.
A lei do Retorno confere cidadania automática ao todos os judeus do mundo que imigrarem para Israel.