PCB REPUDIA A VIOLÊNCIA CONTRA O MST, NA PESSOA DE JOÃO PEDRO STÉDILE

imagemO PCB repudia com veemência a atitude violenta de um grupo de extrema direita contra o Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), expressa em hostilidades a João Pedro Stédile, dirigente deste importante movimento social agrário, ocorrido na última terça-feira, dia 22 de setembro, no Aeroporto Internacional de Fortaleza-CE. Para nós comunistas, a disputa política deve ser feita com respeito às opiniões contrárias e ao direito de organização e debate democrático, desde que as ideias expostas pelos interlocutores não façam apologia de noções fascistas, racistas, machistas, homofóbicas e outras deste tipo.

A inaceitável violência contra o MST revela a significativa degradação do padrão político de setores da sociedade brasileira, determinada pelas manobras discursivas da extrema direita e pelo apassivamento dos movimentos populares e sindical resultante da estratégia de conciliação de classe posta em prática pelo Partido dos Trabalhadores (PT) e por organizações que apoiam o governo petista. A extrema direita tem procurado aproveitar as contradições políticas promovidas pela conciliação de classes e pelo reformismo para promover um combate contra o ideário da esquerda, principalmente como medida preventiva diante da iminência de uma conjuntura de radicalização da luta de classes devido ao recrudescimento da crise do capital.

Esse triste episódio expressa a evolução rápida e preocupante de um cenário no qual se acentuam o preconceito de classe e a discriminação ideológica de nítido conteúdo fascista, que poderá levar a atitudes beligerantes e segregadoras não só contra lideranças populares, estudantis e sindicais, mas contra os direitos políticos e as limitadas liberdades democráticas de que ainda desfrutam os movimentos e as lutas populares. O ataque ao MST, na sua forma e no seu conteúdo, representa um ataque a todo o ideário da esquerda e àqueles que lutam contra a ordem do capital.

Um dos meios para enfrentar e vencer a luta contra a degradação do ambiente político e o crescimento da extrema direita é a mudança de postura que diversas organizações sociais devem ter no sentido da superação rápida, lúcida e decidida da estratégia de conciliação de classes. Essa mudança implica na construção de um bloco anticapitalista de unidade de ação, composto por todas as classes e setores oprimidos, irmanados por um programa claro de rupturas progressivas com os fundamentos da ordem capitalista, e com uma tática adequada à envergadura dos desafios organizacionais e políticos decorrentes.

PCB – Partido Comunista Brasileiro

Comitê Central