Violencia policial contra greve estudantil em Porto Rico

A constituição porto-riquenha garante o direito de protesto em locais públicos, o que nem as autoridades universitárias nem a polícia desejam reconhecer.

A jornada de luta estudantil, ao entrar em sua segunda semana de greve na Universidade de Puerto Rico (UPR), acabou por volta da meia noite desta segunda com dezenas de detidos e dezenas de feridos pela polícia nacional.

Os estudantes, que se opuseram a uma cota adicional de 800 dólares semestrais na matrícula, foram agredidos dentro do campus de Río Piedras e nos arredores depois de serem perseguidos por membros da temida Fuerza de Choque (tropa de choque), que atua de forma violenta contra manifestantes.

A advogada Ataveyra Medina disse que vários universitários foram agredidos tão violentamente pelos agentes policiais que tiveram que ser levados para hospitais para receber atenção médica, noticiou Prensa Latina.

Segundo Ataveyra, permaneceu desconhecido o paradeiro de alguns dos detidos, logo que a polícia os levara em veículos oficiais e se negara a fornecer informação aos advogados que se propuseram a assumir a representação legal dos estudantes.

Ela também acusou o fiscal Fernando Chalas de negar informação sobre os detidos em uma ação de clara violação aos preceitos jurídicos do país.

A polícia tentou justificar sua violenta intervenção porque os manifestantes, “são terroristas” por não restringir seu protesto aos prédios universitários.

O reitores universitários se negam a escutar as reivindicações dos estudantes da UPR, que mantêm paralisados os trabalhos no campus de Río Piedras.

O protesto ganhou respaldo em outros recintos e a polícia ocupou também o campus de Carolina, próximo a San Juan, depois de já ter feito o mesmo em Humacao e Cayey.

A atitude policialesca não conseguiu conter a indignação popular e dezenas de manifestantes, inclusive professores e pais de estudantes, se mantem na frente do quartel da polícia na zona bancária de Hato Rey, para onde foram levados vários detidos.

Fonte: carloslozanoguillen.blogspot.com

Traduzido por Dario da Silva