Toda solidariedade ao povo da Venezuela contra a ofensiva imperialista

imagemTinha razão o Comandante Hugo Chávez quando planejou gerar estruturas populares de milícias para que, junto com as Forças Armadas Bolivarianas, se preparassem para contingências de defesa do governo popular. O que há alguns anos parecia difícil de imaginar, hoje está prestes a acontecer. O inimigo sabe que a Venezuela não é um terreno fácil de penetrar, porque o povo não estaria disposto a aceitar golpes palacianos sem lançar-se à luta em cada uma das regiões, onde em todos esses anos se buscou construir o poder popular.

A atual conjuntura venezuelana apresenta dois importantes movimentos. Primeiro, expressa a crescente agressividade do imperialismo em seu momento de crise, em que, para recuperar suas taxas de lucro, lança mão de meios ainda mais repressivos para aumentar a exploração dos trabalhadores e derrubar qualquer processo político que possa representar alguma ameaça à hegemonia burguesa na América Latina.
Em segundo lugar, ao se levar em consideração a crescente debilidade dos demais movimentos progressistas da região, mostra que, apesar dos importantes avanços sociais obtidos a partir da chegada ao poder dos movimentos surgidos em finais dos anos 1990, que tinham como principal ponto de reivindicação a luta antineoliberal, pouco se conquistou no campo das mudanças estruturais e da superação do capitalismo.

Mais do que nunca é necessário apontar para a radicalização do processo venezuelano, tanto no que diz respeito à adoção de medidas de cunho econômico que se choquem com o modelo capitalista, quanto para o fortalecimento do movimento popular e operário, criando espaços de decisão política que extrapolem os limites da ordem institucional burguesa.

Os trabalhadores venezuelanos sabem muito bem que o nível de revanchismo e ódio das classes dominantes é de tal envergadura, que não existirá outra alternativa, neste momento, senão defender-se com o que tiver nas mãos. É a luta de classes sem maquiagem, e os conciliadores, socialdemocratas, pacifistas de ocasião ou oportunistas são muitos.

Em termos de solidariedade continental com a Venezuela, é preciso encarar as tarefas de unidade revolucionária para evitar que a experiência bolivariana seja destruída por uma oposição interna que não titubeia em convocar a intervenção militar estrangeira para saciar seu revanchismo, em ação sustentada pelo governo Obama e pelas multinacionais estadunidenses, que estão dispostos a transformar a terra venezuelana em um cenário similar aos quais estamos acostumados a ver no Oriente Médio.

O PCB, durante todos os anos do processo bolivariano, sempre expressou a sua solidariedade ao povo venezuelano justamente por entender a dimensão que a luta desse país representa para o enfrentamento à ordem imperialista mundial e para a correlação de forças dos movimentos sociais na América Latina, sempre defendendo a necessidade de radicalização desse processo no sentido de criar novos mecanismos de controle e participação popular rumo ao socialismo.

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