Carta aos Congressistas do XIV Congresso do PCB
A complexidade de um processo revolucionário, como bem destacou o companheiro Ivan Pinheiro, requer um contínuo aprendizado. Não se pode acreditar mais em modelos ou caminhos pré definidos para se chegar à remoção do entulho capitalista a atormentar uma humanidade, cuja capacidade de inventar soluções para seus problemas é da natureza humana, e nada tem a ver com o regime do capital, como seus ideólogos procuram dizer. Assim, o desenvolvimento das técnicas de fabrico e das tecnologias são, igualmente, frutos da capacidade inventiva do ser humano, apropriada pelo capitalismo para satisfazer seus apetites de acumulação desenfreada e de caráter desigual. Sendo assim, um processo revolucionário implica em que seus quadros revolucionários estejam abertos ao novo, às mais recentes demandas das forças sociais ligadas ao mundo do trabalho, e jamais percam de vista que o fundamento de uma nova sociedade deve começar pela prática da parceria, da comunhão, da solidariedade. Juntas e associadas ao acompanhamento atento do conhecimento que se produz mundo afora é possível inteirar-se de uma realidade cada vez mais mutante me desafiadora para quem deseja transformar o mundo que temos para melhor, muito melhor.
Todavia, não se pode deixar de lado uma tarefa, absolutamente essencial hoje em dia: a tarefa da luta ideológica. Para tal é preciso que se afirme o desejo, aonde quer que estejamos, de um mundo igualitário nas oportunidades, direitos e deveres, e diferente na produção de manifestações representativas da diversidade cultural dos povos e das inúmeras comunidades de interesse existentes. E o comunismo, como meta a ser atingida, não é uma quimera, uma doce ilusão, como apregoam os liberais mais tolerantes com as propostas socialistas e comunistas, mas a possibilidade real de toda a humanidade reencotrar-se consigo mesma, movida pela fraternidade e cultivando a liberdade de pensar o novo como conquista para todos. Desde a concorrida comunidade dos internautas até as mais tímidas reuniões de condomínio a voz dos comunistas deve se fazer presente, não como detentora da verdade, mas como incentivadora da busca de soluções que promovam, em qualquer nível, o bem estar de todos, fortalecendo-se, assim, a unidade de ação a serviço dos ganhos comunitários.
Por último, proponho que o PCB incentive a comunicação de mensagens, como estou a fazer neste momento, de maneira a manter-se vivo e atuante no universo do dia a dia dos cidadãos. Com a rubrica Carta ao PCB, o Partido pode inaugurar um programa de difusão de mensagens tornando-se um interlocutor permanente com a cidadania e seus problemas.
Saudações comunistas
Lincoln Penna